opinião
A ótima solução para enchentes de Nashville
“As pessoas aprendem umas com as outras…” – Pv 27:17
A esquerda, ou aqueles que pregam a presença ostensiva do Estado na vida das pessoas, está com sérios problemas.
Nas ultimas eleições, o Partido Trabalhista do Reino Unido foi derrotado fragorosamente pelos conservadores no voto popular. Foi o pior resultado para os trabalhistas desde 1935. Mas não para por aí.
A eleição mais recente também foi o pior resultado de todos os tempos para o Partido Socialista Francês, além de envolvimento em escândalos sexuais.
Foi o pior também para a esquerda na Itália e na Holanda. Foi o segundo pior desempenho desde 1949 para os social-democratas alemães, o pior para os social-democratas austríacos desde 1945 e o pior para os socialistas finlandeses desde 1962.
Na Suécia, os social-democratas atingiram seu nível mais baixo desde 1908. Até mesmo na América do Sul, a esquerda perdeu a presidência do ícone Uruguai depois de 15 anos de governo.
Isto não é por acaso, mas é a velha lição de que o conhecimento está disperso por toda a sociedade.
É praticamente impossível empacotar o conhecimento e transmiti-lo para um Governo Central ou para uma autoridade única, como um presidente ou um ministro.
Uma lição de humildade neste sentido foi o governo da Cidade de Nashville e a sua atuação nas enchentes da cidade.
Ao contrário de muitos urbanistas ou governos que se julgam donos da verdade, o poder público de Nashville ao invés de esboçar grandes planos mestres contra as inundações, aceitou um papel modesto e dividiu as decisões com as pessoas que foram diretamente afetadas pelas águas.
Literalmente o governo compartilhou sua ação com aquelas pessoas que “tinham a pele em jogo” na tragédia.
No Brasil temos até um ditado que afirma que “quem casa quer casa”. Ora, ninguém melhor do que o proprietário da casa afetada para saber onde “o calo aperta”.
Um dos resultados deste compartilhamento de conhecimento é que muitas vezes é melhor subsidiar ou auxiliar as pessoas a sair de áreas propensas a inundações em vez de indenizá-las para reconstruir nessas áreas.
O programa voluntário usa fundos públicos para buscar soluções com o setor privado.
Se a solução é a mudança, é oferecido um valor de mercado para o imóvel e, se os proprietários aceitam a oferta, eles se mudam, a cidade derruba a casa e proíbe novas construções.
A terra adquirida se torna um amortecedor/absorvente para novas chuvas e acaba virando parque público.
Resumindo, a intervenção governamental é questão de dosagem, ou é remédio ou é veneno.
Ao governo, não compete ser um visionário, tentando ditar o futuro, mas apenas ser competente em aprender a trabalhar com a sociedade civil.