estudos bíblicos

A teologia “cor de rosa” de Michael Wood

Refutação da teologia de Michael Wood sobre a aceitação de homossexuais pelo apóstolo Paulo.

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Criança com as mãos pintadas das cores gays. (Sharon McCutcheon / Pixabay )

Segundo a hermenêutica, que no meio acadêmico é conhecida como a ciência e a arte de se interpretar textos. Ciência porque demanda obedecer princípios, regras e coerência historiográfica, cultural, filosófica, sociológica, etc…; arte porque permite que, durante a interpretação se agregue as características de quem a utiliza, desde que isso não redunde em descalabro ou, no caso da interpretação bíblica, em heresia, não se pode “negar o que o texto afirma”, “não se pode afirmar o que o texto nega” e muito menos “ocultar o que o texto nos revela”.

Segundo Michael Wood, durante toda a história do cristianismo ensinou-se que o apóstolo Paulo condenava a homossexualidade. Mas o conhecido criptógrafo afirma ter removido um grande obstáculo para a aceitação plena de gays e lésbicas por parte da igreja.

A descoberta de novos documentos mostraria que a prática homossexual, na opinião dos primeiros cristãos, não impediria ninguém de entrar no céu.

É muito preocupante o que afirma o Sr. Wood, quando, em nome de uma “suposta” interpretação de “novos documentos” descobertos (?), se encontraria uma “nova versão” de alguns termos utilizado por Paulo na língua grega, que inescrupulosamente ele, o dito autor, usa como base para alterar toda a Escritura.

Michael Wood afirma que:

“A Única referência inequívoca de Paulo a homossexualidade é encontrado dentro de Romanos 1:18 – 03:20, uma passagem bíblica que tem intrigado os estudiosos por dois milênios. “A interpretação de Romanos 1:18-3:20 tem sido notoriamente difícil para quase todos os comentaristas”

Primeiramente deve-se deixar bem claro que não é Paulo quem condena a prática homossexual, e sim a Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Creio ser um bom momento para afirmar também que Jesus dispensa o mesmo amor, tanto para os héteros como para os homossexuais, o Espírito Santo, como o seu próprio nome diz, é santo e não é concebível alguém que tivesse um comportamento homossexual, uma vez “convertido”, dominado pelo Senhor, continuar nesta prática.

Ele mesmo, por influência do Espírito, não poderá e não vai querer mais sê-lo.

O Sr Wood é muito infeliz quando assevera que somente os judeus estão enquadrados nas advertências de Paulo em Romanos 2.13-26. Os destinatários da epístola são tantos judeus convertidos como outros irmãos de outras culturas que agora estavam integrados na igreja de Roma.

Algumas circunstâncias levaram Paulo a desenvolver esta epístola:

  1. A postura do apóstolo em dar ênfase à Liberdade Cristã foi um grande motivo de ser acusado de andar “Segundo a Carne”, quer dizer, que ele era incentivador da libertinagem.
  2. Por saber que alguns desses “falsos irmãos”, que ainda não haviam deixado sua pecaminosa maneira de viver, embora fossem nominalmente cristãos, usavam dessa interpretação para dar continuidade às suas licenciosidades.

Wood diz também que no Novo Testamento somente em Romanos existe menção à condenação ao homossexualismo. Talvez falte um pouco mais de leitura bíblica ao caro emérito. Seguem alguns versículos que condenam taxativamente a prática homossexual bem como toda a sorte de  impureza sexual que pode ser interpretado no original grego como “πορνέία” (pornéia).

“Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza, a lascívia,  a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias, e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno, como já antes vos preveni, que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus.” (Gálatas 5.19-21)

É oportuno ressaltar que no verso 19 a palavra “lascívia” traduz-se no original por  “ασέλγεία” (aselgéia) (lascívia, impudicícia, vida dissoluta, procedimento escandaloso contra decência pública, como palavras vis, movimentos corpóreos indecentes, gestos familiares sexuais entre homens e mulheres “citado por Thayer”) [TAYLOR. P.36].

“Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.” (I Coríntios 6.9,10)

O termo efeminado no original grego “μαλακόί” (malakói), significa: “efeminado (de um homem que submete seu corpo à concupiscência desnatural” (Thayer)

Sodomita se traduz por: “αρσενοκοιται” (arsenokoitai) Sodomita. As versões tradicionais são unânimes em traduzir o termo por relações homossexuais.

Contestando ainda o Sr Wood, em Romanos capítulo 1 verso 27 ss:

“semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para como os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa do seu erro.”

O que está aqui descrito é exatamente sobre o homossexualismo e com riqueza de detalhes. São três expressões que merecem uma atenção especial:

  1. “Deixando o contato natural da mulher”. Como em outros textos escritos pelo apóstolo (cf. ICo 7.1-7) fica clara a natureza honrada do ato heterossexual, e está alicerçada com toda a propriedade nos propósitos aos quais Deus criou o homem e a mulher. O homossexualismo ofende ao Senhor quando abandona a ordem divinamente constituída relacionada ao sexo.
  2. Se inflamaram mutuamente em sua sensualidade.” A intensidade da paixão é indicada no termo “se inflamaram”. Esta paixão não deve ser comparada àquela registrada em ICo 7.9: “[…] Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se.[…]”
  3. “[…]Cometendo torpeza”, homens com homens[…]”  “Torpeza” indica, uma vez mais, a força cumulativa da acusação feita contra o pecado em questão.

A sentença de Deus“, neste caso, é Sua sentença judicial, expressamente definida na cláusula seguinte: “De que são passíveis de morte os que tais coisas praticam“. A “morte” aludida não pode ser restringida, de maneira razoável, à morte temporal. Os próprios gregos ensinavam uma doutrina de retribuição para os ímpios, após a morte e o apóstolo deve ter levado em conta esse fato, na declaração de que as nações tinham esse conhecimento.

Finalizando,  a exortação de Paulo não se restringe somente aos judeus que estavam espiritualmente sob a cobertura da Lei. “[…] O juízo de Deus jamais se caracteriza pela arbitrariedade. Mas, neste ponto, o apóstolo expressa claramente a correspondência entre o pecado e a retribuição infligida.[…]”

O apóstolo dos gentios ensina que uma vez que deixamos o mundo e toda a carnalidade que o envolve devemos viver em novidade de vida.

Assim como o Sr Michael Wood outros apologistas do engano surgirão, ora defendendo o homossexualismo, ora o aborto, eutanásia, etc; tudo em nome da ciência, respaldado em afirmações humanistas, positivistas e relativistas.

Prevalece, diante de tudo o que foi exposto, o que Paulo escreveu em II Timóteo 3-5:

“[…] Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério”.

Pense nisso, Jesus te ama.

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