igreja perseguida
Acusados de blasfêmia, cristãos podem ser condenados a prisão perpétua
A acusação é que eles teriam profanado páginas do Alcorão, algo que pode resultar em prisão perpétua no país.
A situação dos cristãos no Paquistão continua a ser extremamente desafiadora, como evidenciado pelo recente caso de dois irmãos cristãos analfabetos, Tabish Shahid e Kalu Shahid, que foram presos e acusados de blasfêmia na província de Punjab. A acusação de que eles teriam profanado páginas do Alcorão, algo que pode resultar em prisão perpétua no país, foi feita após um evento em uma feira local, onde eles, sem saber, rasgaram páginas de um livreto corânico enquanto faziam vídeos no TikTok.
Esse incidente é particularmente preocupante, pois envolve jovens de uma família pobre e sem educação formal, o que os torna ainda mais vulneráveis a acusações injustas. A acusação foi feita por um muçulmano local, Ghulam Mustafa, que registrou um Primeiro Relatório de Informações (FIR) afirmando que os sentimentos religiosos dos muçulmanos foram feridos, conforme relata Morning Star News.
A situação no Paquistão, especialmente em relação às leis de blasfêmia, é alarmante. Desde 1987, cerca de 3.000 pessoas foram acusadas de blasfêmia, com muitas dessas acusações sendo usadas para resolver disputas pessoais ou por causa de mal-entendidos, como parece ser o caso desses irmãos. A falta de educação entre os cristãos pobres contribui para sua vulnerabilidade, e muitas vezes, essas comunidades vivem sob o constante medo de violência e perseguição.
A história recente em Jaranwala, onde uma multidão muçulmana saqueou igrejas e casas de cristãos após acusações semelhantes, ilustra o perigo real que esses irmãos e suas famílias enfrentam. Embora a situação tenha se acalmado após a rendição dos jovens à polícia, a ameaça de violência ainda paira sobre a comunidade cristã local.