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Arábia Saudita: ex-muçulmano é impedido de trabalhar e preso

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Sam*, cristão de origem muçulmana, foi detido novamente na Arábia Saudita após enfrentar obstáculos legais relacionados à sua fé. Ele foi preso em 29 de maio, enquanto viajava de carro em direção à capital, Riad, para se apresentar a um centro de deportação, conforme determinação oficial. A informação foi confirmada pela organização internacional Middle East Concern.

Sam nasceu em uma família muçulmana que se mudou para a Arábia Saudita quando ele ainda era bebê. Há cerca de dez anos, ele se converteu ao cristianismo, decisão que o colocou em situação de risco dentro do país. Na Arábia Saudita, deixar o islã é considerado crime pela legislação vigente, e convertidos como Sam enfrentam restrições severas, tanto sociais quanto legais.

Em 2024, Sam foi preso por dois meses e interrogado por autoridades sauditas sobre a identidade de outros cristãos, incluindo sauditas convertidos e estrangeiros residentes. De acordo com a organização que acompanha seu caso, ele não sofreu agressões físicas, mas desenvolveu problemas de saúde em razão das condições precárias da prisão.

Mesmo após ser solto, Sam continuou sendo convocado para interrogatórios periódicos — prática comum entre convertidos já detidos. A situação dele se agravou recentemente, quando não conseguiu renovar sua documentação de residência, algo que, segundo relatos de cristãos locais, é frequentemente negado a ex-presidiários por motivos religiosos. Sem esse documento, ele ficou impedido de trabalhar legalmente no país.

Além disso, o visto de saída que permitiria sua viagem para fora da Arábia Saudita também foi negado. Sem meios de permanecer legalmente ou de deixar o país, Sam entrou em um limbo jurídico. Sua única alternativa seria apresentar-se voluntariamente a um centro de deportação. Ele recebeu uma convocação, mas, por motivos de saúde, não conseguiu comparecer no prazo determinado.

Foi enquanto tentava cumprir essa exigência posteriormente, dirigindo-se por estrada até Riad, que Sam foi parado por policiais e detido novamente. Até o momento, não há informações sobre as condições da nova prisão ou sobre eventuais acusações formais, conforme relatado pela Missão Portas Abertas.

Segundo organizações que atuam na defesa da liberdade religiosa no Oriente Médio, casos como o de Sam não são isolados. Cristãos de origem muçulmana enfrentam vigilância constante, perda de direitos civis e risco de detenção arbitrária. Em muitos casos, a conversão ao cristianismo é tratada como ameaça à segurança do Estado e considerada apostasia pelas autoridades religiosas.

A situação de Sam ilustra os desafios enfrentados por cristãos convertidos em contextos de forte controle religioso e legal. O próprio Jesus alertou: “Sereis odiados por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mateus 10:22). Para muitos seguidores de Cristo em países da Península Arábica, essa advertência tem se mostrado uma realidade diária.

*Nome alterado por motivos de segurança.

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