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Cientistas criam feto humano sem óvulo ou esperma
Cientistas criam fetos humanos sintéticos usando células-tronco.
Cientistas criaram fetos humanos sintéticos usando células-tronco em um avanço revolucionário que contorna a necessidade de um óvulo ou espermatozoide. Eles afirmam que esses fetos, semelhantes a fetos nos estágios iniciais do desenvolvimento humano, podem fornecer informações sobre os efeitos de distúrbios genéticos e causas biológicas de abortos espontâneos recorrentes.
No entanto, sua existência levanta sérias questões éticas e legais, uma vez que não há legislação que aborde as entidades cultivadas em laboratório na maioria dos países do mundo atualmente. É importante ressaltar que os fetos não possuem coração batendo nem o início de um cérebro, mas incluem as células que normalmente formariam a placenta e o próprio bebê.
Segundo The Jerusalem Post, no passado, a equipe de Zernicka-Goetz mostrou que é possível estimular células-tronco de camundongos a se agruparem em modelos de fetos com sistemas intestinais, início de cérebros e corações batendo. Desde então, houve uma corrida para traduzir esse trabalho em modelos humanos, e várias equipes conseguiram reproduzir os estágios iniciais do desenvolvimento.
Esse feto se tornará um ser vivo?
Desse modo, as estruturas dos modelos, cada uma delas originada de uma única célula-tronco fetal, alcançaram o início do desenvolvimento chamado gastrulação, quando o embrião passa de uma folha contínua de células para a formação de fileiras de células separadas e o estabelecimento d os eixos básicos do corpo.
Nessa fase, o feto não possui coração batendo, intestinos ou mesmo o início de um cérebro, mas o modelo mostrou a presença de células primárias que são as células precursoras do óvulo e do espermatozoide. Zernicka-Goetz aponta que o esse é o primeiro modelo de fetos humanos que especifica fluidos amnióticos e células germinativas, as células precursoras do óvulo e do espermatozoide.
Além disso, o Prof. Benjamin Dekel, diretor do Centro Sagol de Medicina Regenerativa da Universidade de Tel Aviv, explicou que o que eles pegaram células-tronco fetais sem identidade, que podem ser direcionadas para qualquer direção para teoricamente cultivar qualquer órgão que quiserem.
“No desenvolvimento de um feto, existem três camadas germinativas. Aqui, eles avançaram para o estágio em que há de fato um tipo de feto na placa de Petri. E a cada vez, eles avançam um passo a mais com consequências de longo alcance. Se a intenção é que esses modelos sejam muito semelhantes a fetos normais, então, de alguma forma, eles precisam ser tratados como tal”, afirmam os pesquisadores.
Por fim, Dekel aponta alguns problemas, o principal dele é o quão semelhantes são os tecidos criados fora do corpo ao feto real. Ele afirmou que é difícil imitar a natureza, e a questão é se isso é um feto real ou células dispostas de forma semelhante a um feto e há grandes consequências éticas.