igreja

‘Criminoso’, diz Silas Malafaia sobre Alexandre de Moraes

em

No último domingo, 16 de março, o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, organizou um ato na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em defesa da anistia dos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Durante seu discurso, Malafaia fez duras críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a quem chamou de “criminoso” e “ditador”.

Críticas ao ministro

Em sua fala, Malafaia questionou a condução do chamado Inquérito das Fake News, instaurado em 2019 e presidido por Moraes. Segundo o pastor, a investigação seria “imoral e ilegal” por não contar com a participação do Ministério Público. Ele acusou o ministro de violar a liberdade de expressão, prevista no artigo 5º, inciso IV, da Constituição Federal, ao, segundo ele, estabelecer restrições a manifestações de opinião.

“Há quase seis anos, Moraes passou a presidir o Inquérito das Fake News. Esse inquérito é imoral e ilegal, porque não tem a participação do Ministério Público”, declarou Malafaia. “Alexandre de Moraes estabelece o crime de opinião. Ele rasga o artigo 5º, inciso IV, da Constituição, sobre a liberdade de expressão, e estabelece a censura”.

O pastor também citou decisões do ministro que resultaram no bloqueio de perfis em redes sociais e na prisão de indivíduos por suas manifestações políticas. “Tem gente exilada por opinião”, afirmou.

Menção a Mauro Cid

Outro ponto central do discurso foi a defesa da anistia para os presos dos atos de 8 de janeiro de 2023. Segundo Malafaia, os acontecimentos daquele dia não configuram tentativa de golpe, mas sim “dano ao patrimônio público”.

“Não existe golpe contra prédios. Golpe é para quem está no poder”, argumentou. “Lula estava livre e solto em Araraquara, ninguém tentou nada contra o presidente. Como é que Bolsonaro é colocado no inquérito de golpe, se estava nos EUA?”.

Além disso, o líder evangélico criticou a atuação de Moraes no caso do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, alegando que o ministro teria pressionado Cid a colaborar com as investigações. “O Brasil viu o que Alexandre de Moraes fez com o coronel Cid: ‘Olha, já tem uma ordem de prisão contra você; se você não atender o que a gente está falando, a tua família, a sua mulher e a tua filha, nós vamos continuar o processo’. Isso também é abuso de autoridade”, disse Malafaia.
Contexto dos atos de 8 de janeiro

Os eventos do dia 8 de janeiro de 2023 resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. O episódio levou à abertura de investigações que resultaram na prisão de centenas de pessoas, sob acusações de tentativa de golpe de Estado e outros crimes. O ex-presidente Jair Bolsonaro também passou a ser investigado por suposta participação na articulação dos atos, embora estivesse nos Estados Unidos na ocasião.

O movimento liderado por Malafaia busca pressionar as autoridades por uma anistia aos envolvidos nos atos, argumentando que houve excessos nas prisões e julgamentos. O Supremo Tribunal Federal, no entanto, tem mantido a posição de que os envolvidos devem ser responsabilizados conforme as leis vigentes.

O ato na Praia de Copacabana reuniu centenas de milhares de apoiadores e contou com discursos de outras lideranças religiosas e políticas que compartilham da mesma visão sobre os acontecimentos de janeiro de 2023.

Trending

Sair da versão mobile