igreja perseguida
Cristãos enfrentam onda de perseguição no México
Deslocamento forçado, ameaças de morte e tortura são algumas das consequências que os cristãos no México enfrentam.
A violência no México tem se espalhado de norte a sul, com relatos constantes de sequestros, tiroteios, sepulturas clandestinas e derramamento de sangue que marcam o cotidiano do país. No entanto, os cristãos evangélicos enfrentam desafios ainda maiores ao tentar viver sua fé em meio a áreas controladas por cartéis.
Segundo o departamento de pesquisa da Open Doors México, foram registrados 57 incidentes provocados pelo crime organizado em apenas cinco meses, evidenciando a vulnerabilidade dos fiéis diante da crescente violência. Esses incidentes incluem desde intimidação e extorsão até ataques diretos a locais de culto e seus líderes.
“Estamos sendo vigiados porque as crianças que atendemos são consideradas um possível recurso humano para os cartéis, então eles podem ver o grupo de ensino como uma ameaça aos seus interesses”, disse Marcos Lara*, missionário na região de Jalisco. “Isso é um problema para nós como missionários, porque temos que pensar em estratégias que nos permitam cumprir a Grande Comissão e ao mesmo tempo cuidar da nossa integridade física e da integridade de nossas famílias”, acrescentou.
Outro cenário comum para os cristãos evangélicos é o deslocamento, pois a violência os obriga a deixar suas casas e ministérios para proteger suas vidas. No estado de Chiapas, mais de 3.000 pessoas abandonaram suas casas devido aos constantes confrontos entre grupos criminosos que lutam por território, incluindo cristãos. Essa situação forçou o fechamento de mais de 100 igrejas evangélicas para garantir a segurança de pastores e fiéis.
Jorge Jiménez*, pesquisador da Open Doors, alerta que a situação pode piorar nos próximos meses. “Espera-se que o número de incidentes motivados por esse fator aumente significativamente no período atual devido ao aumento da violência no país causado por disputas territoriais entre cartéis e no contexto das eleições presidenciais de 2024”, afirmou Jorge.
*Nomes alterados por motivos de segurança.