igreja perseguida
Cristãos são mortos em tiroteio na Índia
O confronto ocorreu em meio a uma disputa pela fronteira territorial, deixando 3 mortos e mais de 22 feridos. Duas das vítimas fatais eram cristãs.
No dia 9 de outubro, três pessoas perderam a vida durante um tiroteio no distrito de Ukhrul, estado de Manipur, Índia. O confronto ocorreu em meio a uma disputa pela fronteira territorial, deixando mais de 22 feridos. Duas das vítimas fatais eram cristãs, no entanto, o conflito teve motivações territoriais, não religiosas.
O episódio foi desencadeado após a Organização de Jovens Estudantes Thawaijao Hungpung realizar uma limpeza comunitária em comemoração ao aniversário de Mahatma Gandhi, em 2 de outubro. Moradores de Hunphun se opuseram à ação, resultando em um tiroteio violento.
Desde o início dos conflitos entre as etnias Kuki e Meitei, em maio de 2023, a região de Manipur tem sido marcada por uma escalada de tensões. Anjali Lhing (pseudônimo), parceira local da organização cristã Portas Abertas, descreveu a situação como angustiante: “As duas comunidades anseiam por paz, mas relatos de assassinatos, ataques e tiroteios persistem. Indivíduos deslocados ainda não conseguem retornar às suas aldeias, e a esperança de reconstruir suas vidas está diminuindo.”
Anjali também destacou as dificuldades enfrentadas pelos cristãos locais: “Os cristãos Meitei acham difícil se reunir para oração e comunhão, enquanto os cristãos Kuki frequentam os cultos com medo constante de novos ataques. Embora os esforços do governo e da polícia visem restaurar a ordem, o estado continua em tumulto.”
De acordo com Portas Abertas, um fator agravante é o roubo de mais de dez armas de fogo da delegacia de polícia do distrito de Ukhrul, o que levou as autoridades a impor medidas emergenciais e suspender o serviço de internet na região. O uso de armas avançadas, como drones e foguetes, por parte dos militantes intensificou o clima de medo e instabilidade entre os moradores locais.
Diversos líderes religiosos e representantes comunitários, incluindo a Associação de Igrejas Batistas de Tangkhul e a Tangkhul Shanao Long (o órgão máximo das mulheres de Tangkhul), apelaram por paz e unidade, encorajando as pessoas a promoverem a harmonia e evitar mais violência.
Apesar dos esforços governamentais, a situação em Manipur permanece volátil, com a população enfrentando incertezas quanto ao futuro e temendo novos episódios de violência.