igreja perseguida
Cruzes são derrubadas em mais de 900 igrejas da China
Regime comunista tem intensificado controle e perseguição contra cristãos.
Em meio a ordens do Partido Comunista da China (PCCh) para que símbolos cristãos sejam banidos do país, a província de Anhui já retirou mais de 900 cruzes de igrejas, principalmente as de Três Autos, considerada a maior organização protestante do mundo.
Segundo Bitter Winter, site que acompanha a perseguição religiosa no país, os números são referentes ao primeiro semestre de 2020, sendo que a província de Anhui tem a segunda maior população cristã da China. De janeiro a junho as cruzes foram removidas de 271 igrejas dos Três Autos em Lu’an, 168 em Fuyang, 106 em Suzhou e 98 em Chuzhou. Também houve retirada de cruzes em 266 locais protestantes nas cidades de Bengbu, Huainan, Ma’anshan e Hefei.
Com o objetivo claro de descaracterizar as igrejas, o regime comunista tem ordenado a remoção da cruz, ameaçando os membros de fechar as igrejas caso não sejam cumpridas as novas determinações. Membros do PCCh informam que a remoção das cruzes é parte das novas políticas nacionais
“Se uma igreja se recusa a remover sua cruz, os membros da congregação podem perder seus benefícios sociais, como pensões e subsídios para redução da pobreza, e as possibilidades de emprego futuro de seus filhos serão afetadas”, explicou um membro da igreja.
O Departamento de Trabalho da Frente Unida, que fiscaliza a remoção dos símbolos cristãos, afirmou que qualquer cruz que esteja mais alta do que o prédio do governo deve ser demolida, porque “ofuscam as instituições do Estado” e somente prédios comuns, que não lembrem um templo religioso é que tem autorização de funcionamento.
“Funcionários do Departamento de Trabalho da Frente Unida disseram que todos os cruzamentos mais altos do que os prédios do governo devem ser demolidos porque ofuscam as instituições do Estado”, disse um membro da igreja. “Apenas igrejas que parecem empresas são consideradas legais. Para ‘sinicizar’ o Cristianismo, Xi Jinping não permite que as igrejas tenham cruzes ocidentais”.
O regime também tem advertido que “protestar contra demolições das cruzes significa protestar contra o governo”. “Fico triste ao pensar que todas as cruzes da nossa igreja foram demolidas”, acrescentou o crente. “Mesmo sendo um símbolo da nossa fé, quem se atreve a desobedecer à ordem do governo central?”, questionou.