estudos bíblicos

Despertemos para a vinda do Grande Rei

Subsídio para a Escola Bíblica Dominical da Lição 11 do trimestre sobre “As Parábolas de Jesus”

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Certamente a parábola das dez virgens tem sido uma das mais pregadas nos púlpitos pentecostais. Quem é crente com pelo menos três anos de convertido que nunca tenha ouvido uma pregação apaixonada e fervorosa sobre o arrebatamento da igreja baseada nesta passagem bíblica? Todavia, esta não é uma porção das Escrituras de fácil entendimento. Mas vamos nos aprofundar nela neste estudo de hoje!

I. Interpretando a parábola das dez virgens

O próprio comentarista da Lição, o abalizado pastor Wagner Gaby, admite que “ao longo do tempo, [esta parábola] já recebeu muitas interpretações, porém nada fácil de entender”. Ouvi outro dia o mestre em teologia, escritor e também pastor pentecostal Walter Brunelli dizer no púlpito de sua igreja que não lembrava de já haver pregado a parábola das dez virgens devido a dificuldade de compreensão e aplicação dessa passagem.

Até mesmo os teólogos dispensacionalistas estão divididos entre si: por exemplo, pentecostais tendem a interpretar esta parábola como uma referência ao arrebatamento da Igreja (onde as virgens seriam os crentes que estão ou não preparados para o grande Rapto); por outro lado, porém, especialistas não-pentecostais tendem a interpretar esta parábola como uma referência à Parousia, isto é, à vinda visível de Cristo com a igreja para colher o remanescente fiel da tribulação, especialmente os judeus convertidos, e dar-lhes lugar na celebração pública das bodas de Cristo ou no reino milenar.

  • Divergências na interpretação

Donald Stamps, editor-geral da Bíblia de Estudo Pentecostal, por exemplo comenta em nota de rodapé (Mt 25.1) que “a parábola das dez virgens referem-se aos crentes vivos antes da tribulação”; esta interpretação é acompanhada por James Shelton, segundo quem “as virgens da festa de casamento são os membros da Igreja” [1]. De modo contrário, Charles Ryre, renomado dispensacionalista, editor da Bíblia de Estudo Anotada Expandida, comenta também em nota de rodapé: “Cristo levará sua noiva, a Igreja, para o céu antes da tribulação; depois voltará com ela em sua segunda vinda para as bodas do Cordeiro, a festa de casamento a ser realizada na terra. As virgens representam o remanescente judeus que professorar sua fé no Messias quando ele voltar”. William MacDonald concorda com Ryre na interpretação da parábola das dez virgens: “As cinco [virgens] prudentes representam discípulos verdadeiros de Cristo durante a tribulação” [2].

Na mesma linha de Ryre e MacDonald, Dwight Pentecost, um dos maiores especialistas no mundo em escatologia bíblica, cita English, para quem “as dez virgens representam o remanescente de Israel após a igreja ser levada. As cinco virgens prudentes são o remanescente fiel, as virgens néscias são o infiel, que só professa estar esperando o Messias vir com poder” [3]. Para Pentecost, essa interpretação seria mais correta e ajustada à defesa do arrebatamento pré-tribulacionista. O interessante notar é que todos estes expoentes anteriormente citados são pré-tribulacionistas, isto é, acreditam no arrebatamento da Igreja antes da Tribulação.

  • O ponto em comum

Todos estão de acordo, e não poderia ser diferente, que esta parábola traz um alerta sobre a importância do preparo para receber Jesus em sua volta (v. 13). A divergência é sobre que “volta” a parábola faz referência, se a volta invisível para a Igreja ou se à volta visível para o mundo (prudentes e loucos) após o final do período tribulacional. O contexto pode nos ajudar a compreender melhor, ainda que não necessitemos ser dogmáticos aqui sobre os detalhes.

  1. O contexto da parábola das dez virgens
  • Observações importantes

Primeiro, vale ressaltar que somente Mateus registrou a parábola das dez virgens. É sabido de todos que o público destinatário dos escritos do apóstolo Mateus, também chamado Levi, eram os crentes judeus. Isso não explica tudo, mas pode haver um interesse especial em Mateus registrar essa parábola com o objetivo de comunicar um plano divino para seus irmãos de etnia.

Segundo, Mateus registra parábolas de Jesus que fazem algum paralelo com o “Reino dos céus” (v. 1). Embora esta expressão possa significar um modo zeloso e demasiadamente reverente de Mateus referir-se ao “reino de Deus” já presente entre nós, o próprio comentarista da Lição também admite que “o sentido não se refere apenas ao Reino trazido por Cristo com a mensagem do Evangelho, mas sim como sinônimo de vida eterna e de Reino plenamente instaurado” (grifo meu). Bem, sabemos que o reino de Cristo só será plenamente restaurado a partir do início do Milênio, com o fim do período tribulacional e o cumprimento do plano profético de Deus para Israel. O arrebatamento da Igreja não é a instauração plena desse reino!

Por um atento trabalho de hermenêutica devemos notar que no capítulo imediatamente anterior (24.1ss) Jesus iniciou um longo sermão no monte das oliveiras objetivando responder perguntas curiosas dos seus discípulos: “Quando serão essas coisas [destruição do templo, conf. vv. 1,2] que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (v. 3). Assim são três perguntas feitas ao mesmo tempo, e cujas respostas serão dadas ao longo dos capítulos 24 e 25 de Mateus.

Sabemos que a destruição do templo ocorreu de fato no ano 70 d.C., isto é, ainda no primeiro século quando o general Tito filho do imperador romano Vespasiano invadiu Jerusalém para aplacar com fúria uma rebelião promovida pelos judeus. Este templo jamais foi reerguido até hoje! Entretanto, aquela era apenas uma amostra grátis do “tempo de angústia para Jacó” (Jr 30.7), tempo em que “haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais” (Mt 24.21). Esse tempo é o tempo da Tribulação, cujo período corresponderá à septuagésima semana de Daniel, isto é, sete anos.

Em Mateus 24, não foi de arrebatamento que Jesus falou, mas de “fuga”, um novo e grande êxodo dos judeus. “Orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno ou no sábado” (v. 20), alertou Jesus os seus discípulos. Ora, é indiferente se o arrebatamento acontecerá no inverno ou no sábado, visto que tais situações não interfeririam em absolutamente a nossa transladação até o encontro com Cristo nos ares (1Ts 4.17). Jesus diz “ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias!” (Mt 24.19), mas esse “ai” certamente não se refere às mães no período anterior à tribulação, já que a gestação ou a amamentação em si não são problemas para os crentes do arrebatamento! Mas certamente ser grávida ou estar amamentando filhos e estar sob a difícil estação do inverno podem ser agravantes para os judeus que deverão fugir e se abrigar durante as perseguições movidas pelo anticristo ou as inquietações cósmicas que abalarão a terra durante o período da Tribulação (Mt 24.7). Até mesmo a longa caminhada e esforço em dia de sábado constituiriam embaraços para os judeus mais ortodoxos! Jesus gostaria de poupá-los de tão grande sofrimento.

Está claro que a vinda de Jesus “como o relâmpago que sai do oriente e se mostra até ao ocidente” (Mt 24.27) refere-se à sua vinda que “se mostra” a todos os cantos da terra, isto é, à sua vinda visível para o mundo, da qual todos os que estiverem na terra terão conhecimento, sem precisarem se deixar levar por discursos de falsos profetas que dirão ser o Cristo ou saber onde o Cristo está (Mt 24.23-26). Fica ainda mais claro que a vinda de Jesus em Mateus 24 não é o arrebatamento, mas a Parousia, quando Jesus diz “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (v. 30). Pré-tribulacionistas estão de acordo que no arrebatamento somente a Igreja verá o Senhor, enquanto que na sua vinda após a Tribulação, aí sim “todas as tribos da terra o verão vindo sobre as nuvens”.

Excluindo-se a parábola das dez virgens, temos entre Mateus 24.45-25.46, três parábolas de Jesus que não parecem apontar diretamente para o arrebatamento, mas sim para a Parousia. Vejamos quais são elas:

  1. A parábola dos dois servos (24.45-51). Esta parábola fala que o Senhor irá julgar o servo mau e lança-lo junto aos hipócritas onde “haverá pranto e ranger de dentes”. Sabemos que Jesus não fará isso no arrebatamento, já que tal evento será exclusivo para os salvos, seguido do Tribunal de Cristo onde somente os santos comparecerão para recebimento das recompensas. Por ocasião de sua segunda vinda é que haverá julgamentos condenatórios para os ímpios e falsos religiosos!
  2. A parábola dos talentos (25.14-30). Nesta parábola, o servo que recebeu apenas um talento, ignorou a severidade de seu senhor e ocultou sobre a terra o seu bem ao invés de dar-lhe rendimentos, foi considerado inútil e lançado “nas trevas exteriores” (v. 30). Novamente sabemos que este tipo de julgamento não ocorrerá no arrebatamento, mas após a segunda vinda visível de Cristo.
  3. O julgamento das nações e as recompensas (25.31-46). Na verdade, não é um texto parabólico, mas um sermão direto sobre o julgamento das nações gentílicas, na qual Jesus recompensará os que foram hospitaleiros com os seus “pequeninos” e também condenará os que os desprezaram. Estes que praticaram o desprezo serão chamados de “malditos” e separados para “o fogo eterno” (v. 41), enquanto que os que praticaram a misericórdia serão chamados de “benditos de meu Pai” e convidados a possuir por herança o Reino que lhes estava preparado (v. 34). Novamente, esta entrada no Reino após recebimento das recompensas na vinda de Jesus, ao mesmo tempo da condenação dos ímpios, ocorrerá ao final do período tribulacional, quando Jesus vier estabelecer seu reino milenar.

Bem, tudo o que dissemos até aqui é para levar-nos a refletir se a parábola de Mateus 25.1-13 não estaria também num contexto de final de período tribulacional e início de reino milenar de Cristo, o qual de modo geral é reconhecido na figura do “noivo” nesta parábola. Digo, será que diante de todo o contexto anterior e posterior em que esta parábola está inserida, ela não estaria também apontando para o retorno de Cristo ao final da grande tribulação para colher seu último remanescente fiel e dar-lhe entrada no reino eterno? Se assim for, estaríamos numa parábola que é dirigida à Israel e não à Igreja, embora, claro, existam princípios que se apliquem de algum modo aos crentes que esperam Jesus hoje.

  1. Interpretando os elementos da parábola
  • As virgens

Os expoentes da teologia, especialmente os que militam no campo da tipologia bíblica, nos dizem que o número dez é simbólico para falar de completude. Talvez não é por acaso, nem uma mera referência cultural, o uso que Jesus faz das “dez virgens”, visto que podem apontar para a completude dos judeus (ou de todos os homens) durante o período tribulacional. Os que durante esses dias abreviados da Tribulação (Mt 24.22) e em meio à escuridão moral que cobrirá a terra se preparam para receberem o Messias, são considerados prudentes, enquanto que os que são negligentes e indiferentes com sua vinda são considerados “loucos”, já que estão desperdiçando a última oportunidade de Deus para eles. Não se pode interpretar, como tive a infelicidade de ouvir alhures, que pelo fato de cinco virgens serem prudentes e cinco serem loucas, isto deve significar que metade da humanidade irá pro céu e a outra metade não. Essa equação é estupidamente descabida aos propósitos do texto!

  • “Aí vem o esposo [ou noivo], saí-lhe ao encontro”

Como hoje, durante o período tribulacional o anúncio do retorno de Jesus, agora visível, será feito “em todo mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim” (Mt 24.14). Para isso Deus enviará especialmente as duas testemunhas do Apocalipse (Ap 11.3-5), cuja identidade nos é desconhecida. Será a última chamada de Deus para os homens e mulheres em todo mundo adentrarem ao reino de Cristo. Após o arrebatamento, o mundo terá sete anos para, a exemplo das virgens, despertarem do sono, prepararem suas lâmpadas e entrarem para as bodas (25.7,10), isto é, a festa de casamento. Entre o aviso da chegada (v. 7) e a chegada do noivo propriamente (v. 10) houve um curtíssimo tempo – de fato, o período tribulacional será breve demais para gastá-lo em bebedices, glutonarias, prazeres ou divertimentos vãos (“como foi nos dias de Noé” – 24.37-39), ou para desperdiça-lo em uma religiosidade vazia e descomprometida, carente de luz da vida que é Jesus, como fizeram as ineptas virgens!

  • “fechou-se a porta”

Sabemos que o arrebatamento da Igreja não implica em fim do período da graça. É popular a expressão “a porta da graça vai se fechar quando Jesus voltar”. Todavia, é preciso ter cuidado com o uso desse jargão, inclusive nós que somos pré-tribulacionistas. Afinal, como podemos dizer que haverá salvação durante a grande tribulação e ao mesmo tempo dizer que “a porta da graça vai se fechar quando Jesus voltar”?! Pode haver salvação – obra da graça (Ef 2.8) – quando a porta da graça está fechada? Claro que não! Se a porta se fechou nesta parábola das dez virgens, e elas ficaram de fora sem poder entrar, ainda que muito tenham gritado (v. 11,12), isso significa que estas virgens receberam a última oportunidade de Deus para entrarem no reino de Cristo, oportunidade dada durante o período tribulacional; mas visto que não se prepararam dentro das exigências do noivo, ficarão de fora para sempre! De fato, a porta da graça se fechará para esta atual geração, por ocasião da morte ou da manifestação visível de Cristo (a Parousia), o que ocorrer primeiro!

Estou de acordo com Tasker, para quem há uma “terrível finalidade” no uso da expressão “fechou-se a porta”. Este teólogo comenta:

“O dia da oportunidade, descobrirão eles então, terá passado para sempre; e terá chegado o tempo de efetuar-se rápida e permanente separação entre os que estão preparados para entrar na vida eterna a eles possibilitada por Aquele a quem aceitaram como o seu Rei, e aqueles que, embora nominalmente sujeitos a esse Rei, falharam no cumprimento das suas obrigações espirituais, por negligência, falta de previdência, ou irresponsabilidade. A estes o caminho para a festa de casamento, símbolo da alegria do reino do céu, estará permanentemente impedido” [4] 

II. O arrebatamento da igreja é iminente

  • Interpretação X Aplicação

Embora existam dificuldades e divergências na interpretação desta parábola (saibamos lidar com elas sem espírito contencioso na Escola Dominical!), creio que há menos dificuldades quando a interpretamos contextualmente e como uma parábola que aponta para a entrada do remanescente judeu e fiel da Tribulação no reino milenar de Cristo, onde a noiva (que nem é mencionada na parábola) já está garantida com Jesus, isto é, a Igreja que foi arrebatada outrora. Ou seja, a interpretação da parábola requer que a encaremos como “plano profético para Israel” (Pentecost).

Não obstante, há princípios nesta parábola que igualmente se aplicam a nós crentes em Jesus e não-judeus, que aguardamos ansiosamente pelo grande rapto, o maravilhoso evento pelo qual Deus nos retirará daqui e nos livrará da ira vindoura que cairá sobre este mundo. Portanto, embora a interpretação da parábola não diga respeito à Igreja de hoje, há uma aplicação da parábola para hoje, nas seguintes lições:

  1. Quer logo venha, quer haja demora, devemos esperar Jesus voltar. Nem mesmo os crentes mais prudentes sabem a hora exata da manifestação do Filho de Deus, mas se são realmente prudentes estarão à sua espera. E esta espera não deve ser negligente, mas diligente, visto que quando ela ocorrer, se dará rapidamente! “Num momento, num abrir e fechar de olhos…” (1Co 15.52)
  2. A salvação é intransferível, como o azeite das virgens prudentes que não foi compartilhado com as virgens descuidadas. Ninguém poderá “aliviar a barra” de outras pessoas diante de Jesus Cristo, por ocasião de sua vinda. É por demais verdadeiro o jargão “a salvação é individual”. Neste quesito, cumpramos o que os anjos disseram ao justo Ló: “escapa-te por tua vida” (Gn 19.17). De fato, Ló não pode salvar nem mesmo a própria esposa!
  3. O arrebatamento já está sendo anunciado. Não é de hoje, mas desde o primeiro século, que os pregadores do Evangelho têm alertado: “Aí vem o noivo!”. Especialmente com o avivamento pentecostal, essa mensagem se tornou ainda mais corriqueira. Que ninguém ignore este clamor, pois uma vez que ele está sendo feito, o noivo pode aparecer a qualquer instante! “O Juiz está a porta” (Tg 5.9). É isso que significa “iminente”, ou seja, algo que está muito perto de acontecer. Talvez nem tenhamos uma próxima Escola Dominical! Talvez no próximo domingo já estaremos na glória celeste, enquanto este mundo desesperado estará se perguntando: aonde foram os crentes?
  4. Quando a porta se fecha, não há mais como entrar! Creio piamente que haverá salvação durante o período tribulacional (minha opinião é que as virgens prudentes representam os salvos na Grande Tribulação). Todavia, ninguém se confie nessa segunda chance e assim acalente pecado em seu coração ou protele sua decisão de converter-se ao Senhor, pois talvez Deus feche a porta da vida, pondo um súbito fim à existência terrena e qualquer possibilidade de arrependimento. A parábola do rico e Lázaro (Lc 16.19-31) é um típico exemplo de alguém que se arrependeu tarde demais, quando a porta já lhe havia sido fechada, e embora ele rogasse insistentemente, ficou do lado de fora em tormento eterno! Quem protela sua decisão para o período tribulacional esquece que sua vida pode ser ceifada hoje mesmo, não restando tempo de arrependimento e aceitação do Evangelho da graça. Por isso, temos que estar preparados já, agora, nesse exato momento! Pois quer ouçamos o clamor “à meia noite” ou ao meio dia, estaremos seguros do encontro com o noivo Jesus!

III. Uma vida cheia de prontidão e santidade

Noutro momento Jesus advertiu seus discípulos: “Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias. E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier, e bater, logo possam abrir-lhe” (Lc 12.35,36). Cingir os lombos era prender o vestido ou túnica à altura da cintura, facilitando assim o trabalho no campo ou as longas caminhadas e corridas. As candeias acesas eram para iluminar as casas ou o caminho à noite. Na vida espiritual, devemos estar igualmente preparados para receber nosso Senhor, venha ele pela manhã ou pela madrugada!

Tanto esta geração deverá estar preparada para abrir a porta pra Jesus quando ele vier no arrebatamento, como a geração da Tribulação deverá preparar-se para abrir a porta pra Jesus tão logo ele apareça nas nuvens. Os que não se prepararem agora, ficarão na Tribulação; os que não se prepararem na Tribulação ficarão de fora do reino eterno e eternamente condenados!

  • Roupas brancas e óleo sobre a cabeça

É verdade que Salomão se referia às roupas de festas e ao óleo das celebrações quando escreveu aos jovens “Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça” (Ec 9.8). Todavia, podemos fazer uma aplicação desse texto aos que aguardam a vinda de Jesus: mantenhamos nossas roupas limpas pelo sangue de Cristo, “odiando até a túnica manchada da carne” (Jd 1.23), e busquemos constantemente a unção do Espírito para servimos ao Senhor diligentemente e alegremente (Sl 100.2).

Deus deve ser buscado hoje, enquanto “se pode achar”, e devemos invocá-lo hoje, “enquanto está perto” (Is 55.6). Protelar a santificação para amanhã é tolice, pois talvez sejamos flagrados e envergonhados na vinda de Cristo, como a geração de Noé foi pega de surpresa pelo dilúvio (embora não sem reiterados avisos!).

  • “Segui… a santificação…” (Hb 12.14).

Todos sabemos de cor esse texto de Hebreus 12.14. A palavra no texto grego para “seguir” é diokete, que significa exatamente “perseguir”, e é o mesmo verbo usado por Jesus quando disse “bem-aventurados sois vós quando vos perseguirem…” (Mt 5.11). A ideia não é de uma cômoda e tranquila companhia, mas de uma busca desejosa, ambiciosa, voraz, como um predador em busca da presa. E o que é interessante: no primeiro versículo desse mesmo capítulo 12 de Hebreus foi dito que “o pecado tão de perto nos rodeia”, ou seja, o pecado também está perseguindo o crente, tentando devorá-lo! Então a lição é esta: o crente corre atrás da santificação, e o pecado corre atrás do crente. Quem vai alcançar quem primeiro só depende de você, crente!

Conclusão

Jesus voltará! Estejamos preparados e abastecidos afim de que não sejamos flagrados por Ele em pecado, mornidão e negligência. Como as virgens prudentes, preparemo-nos para entrar na festa do noivo tão logo Ele nos chame à sua presença!

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Referências
[1] James Shelton. in Comentário Bíblico Pentecostal, 1 ed., CPAD, p. 135
[2] William MacDonald. Comentário Bíblico Popular – Novo Testamento, Mundo Cristão, p. 91
[3] J. Dwight Pentecost. Manual de Escatologia: uma análise detalhada dos eventos futuros, Vida,
[4] R.V.G. Tasker. Mateus: introdução e comentário, Vida Nova, p. 184

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