igreja perseguida
Ditadura comunista chinesa cria sistema de consulta para islamismo e cristianismo
Cidadãos na China são instruídos a pesquisar se igrejas são autorizadas pelo governo.
No início deste ano, o “Sistema de Consulta de Informações sobre o Pessoal Clerical Budista e Taoista” foi lançado em Pequim. Já no dia 23 de maio, a Igreja Patriótica Católica, a Associação Islâmica da China e a Igreja dos Três Autos lançaram oficialmente um “Sistema de Consulta de Informações sobre o Clero Islâmico, Católico e Cristão.
Nesse sentido, apesar de ser apresentado como uma ferramenta para “desmascarar” falsos e fraudulentos sacerdotes taoístas e monges budistas, a principal razão para a criação do banco de dados era identificar, expor como ilegítimos e perseguir o clero que não é submisso ao Partido Comunista Chinês (PCCh) nem faz parte das entidades governamentais controladas, como a Associação Budista da China e a Associação Taoísta da China.
Sendo assim, descobriu-se que o projeto não se limitava ao budismo e ao taoísmo. A religião é controlada na China por meio das cinco religiões autorizadas, cujos líderes e quadros são selecionados pelo PCCh e cujo objetivo é transmitir aos crentes religiosos as ordens e a ideologia do Partido.
Deste modo, além da Associação Budista da China e da Associação Taoísta da China, essas religiões autorizadas incluem a Igreja Patriótica Católica, a Associação Islâmica da China e a Igreja dos Três Autossuficientes, à qual todas as igrejas cristãs legais devem pertencer.
De acordo com Bitter Winter, a maioria dos crentes chineses não pertence a essas organizações, mas a grupos independentes, como as igrejas domésticas protestantes, as comunidades católicas de objetores de consciência que rejeitam o acordo entre o Vaticano e a China de 2018, e as mesquitas e templos independentes.
Sendo assim, teoricamente, todas as comunidades religiosas que operam fora das cinco religiões autorizadas são consideradas “ilegais”, embora Deng Xiaoping tenha concedido a elas uma tolerância limitada em 1982. Líderes posteriores do PCCh restringiram essa tolerância, até que Xi Jinping assumiu e não escondeu seu plano de obrigar todas as comunidades independentes a se juntarem às cinco religiões autorizadas.
Logo, aqueles que se recusam podem ser classificados como “xie jiao”, termo usado para “ensinamentos heterodoxos” que são completamente proibidos, considerados organizações criminosas e severamente perseguidos. Os bancos de dados do clero fazem parte dessa estratégia. Apenas o clero “legal” das religiões autorizadas é incluído neles.
Por fim, os cidadãos são incentivados a procurar o nome do clero com quem entram em contato nos bancos de dados. Se os nomes não estiverem lá, um monge ou padre “falso”, que na maioria dos casos não é “falso”, apenas não pertence a uma organização controlada pelo governo) é identificado e pode ser colocado sob vigilância ou preso.