opinião
É pecado usar maquiagem?
Se lermos os Dez Mandamentos não encontraremos a ordem: “Não usarás maquiagem”.
Qual é a origem da maquiagem? Ela surgiu no antigo Egito e era utilizada a princípio como higiene diária e com o passar do tempo ganhou um status de requinte. Há aproximadamente três mil anos antes de Cristo os egípcios já utilizavam o batom, maquiagem branqueadora e de luminosidade, maquiagem para reforçar os olhos e sobrancelhas (à base de chumbo, malaquita, antimônio, Kohl) blush para corar as bochechas (à partir de produtos vegetais, como pétalas de rosa ou de papoulas, ou mineral como argilas, óxido de cobre ou ferro ocre).
Se lermos os Dez Mandamentos não encontraremos a ordem:
“NÃO USARÁS MAQUIAGEM”.
Sendo assim, em todas as nossas atividades devemos ser moderados. Tudo o que fazemos deve ser direcionado para a glória de Deus.
Algumas perguntas devem ser consideradas:
- É necessário fazer?
- Se eu fizer, trará escândalo?
- Perderei algo se não fizer?
- Uma vez feito, glorificará o nome do Senhor?
- Usando, farei papel ridículo?
Uma vez respondidas estas questões terei parâmetros suficientes para fazer ou não algo, no caso, a maquiagem.
É bom lembrar que na Bíblia, que é nossa referência para todas as questões de fé e conduta, a maquiagem sempre está relacionada à apostasia, paganismo e rebeldia; Jeremias 4.30:
“Agora, pois, que farás, ó assolada? Ainda que te vistas de carmesim, ainda que te adornes com enfeites de ouro, ainda que te pintes em volta dos teus olhos, debalde te farias bela; os amantes te desprezam, e procuram tirar-te a vida.”
Jezabel, a rainha fenícia pagã introduziu este costume em Israel; II Reis 9.30:
“Depois Jeú veio a Jizreel, o que ouvindo Jezabel, pintou-se em volta dos olhos, enfeitou a sua cabeça, e olhou pela janela.”
Alguns acham justificativas para o uso da maquiagem pelo fato da Bíblia citá-la; ora, o motivo da Palavra de Deus citar algo não nos autoriza a praticá-lo. Citação não é recomendação.
Se seguirmos neste raciocínio equivocado então mataremos, adulteraremos, roubaremos, nos rebelaremos contra o Senhor, etc, pois são todas práticas “citadas” nas Santas Escrituras.
O problema da maquiagem não está em usá-la, e sim nas intenções que me levam a fazê-la e como a faço.
Peco quando uso-a por vaidade exagerada, ostentação, orgulho e erotismo; é o afã de nos mostrarmos mais atraentes (sexy) que nos faz errar o alvo (É psicologicamente comprovado que a utilização do batom vermelho bem vivo remete ao desejo do coito, quando mimetiza, imita, a excitação vaginal).
Isso vale também para os “metrossexuais” (diz-se do homem moderno narcisista das grandes cidades, que gasta tempo e somas consideráveis de dinheiro com a aparência e seu estilo de vida.). Ao cristão recomenda-se modéstia e não exibicionismo.
O apóstolo Pedro não faz proibição quanto ao uso de adornos, entenda-se também maquiagem, mas ressalta a moderação e equilíbrio; I Pedro 3.3-5:
“O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; Mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus. Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios maridos…”
Um certo pregador disse um dia em tom jocoso: “- Se Deus quisesse que a mulher andasse maquiada já a criaria pintada, pois este mesmo Deus fez a arara.”
Concluímos, então, que é o sentimento exibicionista e erótico que torna a maquiagem pecado.
A maquiagem esconde quem verdadeiramente somos. Talvez seja por isso que a Noiva de Cristo seja classificada como pura, sem mancha (irretocável) e sem rugas, ela é o que é, Santa.
Para Deus o que tem valor não é nossa fugaz exterioridade, mas sim nosso interior, pois como diz Provérbios 11.22:
“Como jóia de ouro no focinho de uma porca, assim é a mulher formosa que não tem discrição.”
A maquiagem sempre mostrará quem não somos.