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“Eu vou continuar a falar de Deus em meu país”, afirma cristã iraniana perseguida

“Se todos os cristãos saírem daqui, não haverá quem fale de Jesus aos iranianos”, completa.

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Nós confiamos em Jesus. É a frase impressa na areia de uma praia no Irã, pela jovem cristã iraniana, na madrugada do domingo de Páscoa. (Foto Ilustrativa: Portas Abertas)

No Irã, país de maioria islâmica e que trata todo nascido como muçulmano, os direitos humanos, direitos sobre crença e religião, não saíram do papel.

O cristão convertido do islamismo, e principalmente a mulher, é perseguido, vigiado, tem sua casa e bens confiscados e pode ser preso a qualquer momento sob acusações de pertencer a grupos evangélicos ou se engajar em atividades cristãs. Nas leis do país, baseadas na Sharia, isso pode ser interpretado como agir contra a segurança nacional e agir contra o regime.

Não é por acaso que o Irã configura entre os 10 países que mais perseguem cristãos no mundo, de acordo com a Lista Mundial da Perseguição, que classifica os 50 países mais hostis ao cristianismo.

Foi nesse contexto que, Fatemeh Mohammadi se converteu a Jesus. Pouco se sabe sobre sua conversão. Ela ficou conhecida quando escreveu uma carta contando a maneira abusiva que foi tratada pelas autoridades, quando foi presa apenas por ser cristã. Ela tem 19 anos e foi presa por se engajar em atividades cristãs e agir contra a segurança nacional por meio de propagação contra o regime. Em resumo, ela participava da igreja clandestina e doméstica no Irã e fazia evangelismo.

Durante seus seis meses de pena, ela conta que era interrogada pelos guardas da Prisão de Evin, mas não por ser cristã ou participar de grupos cristãos, mas eles a incriminavam por ter relações sexuais ilícitas (que é um crime passível de morte no Irã). Ela respondia, com frequência: “Vocês estão me difamando. Eu nunca tive envolvimento em qualquer relacionamento. O que vocês estão fazendo é imoral e errado”.

Ela conta que não entende porque da insistência nesse tema, que era abordado em todas as sessões de interrogatório. Eles não queriam saber se ela participava do grupo e nem a pressionavam para dizer outros nomes de participantes.

Apenas a pressionavam para que confessasse suas relações ilícitas, que nunca ocorreram. “Eles insistiam que tinham provas dessas relações, mas nunca apresentaram nada. Não importava o quanto eu negava que nunca tive relações sexuais, eles não aceitavam”.

Fatemeh entrava e saia da solitária, enquanto os guardas zombavam dela e continuaram a acusar de imoralidade.

Ela disse que só suportou tudo, porque sempre decorou a Palavra de Deus, que vinha em sua mente sempre que rogava por paz naquela prisão. “Nunca me senti abandonada e sei que Deus estava comigo em todas as situações. Eu não desisti de adorá-lo porque sabia que Ele estava comigo”. A jovem conta que entrou em greve de fome para que dessem uma Bíblia a ela, mas seu pedido foi rejeitado.

Livre da prisão desde outubro de 2018, Fatemeh conta que é fortemente vigiada e muitas vezes se sente pressionada a deixar o país, coisa que não passa pela sua cabeça. “Eu vou continuar a falar de Deus em meu país. Se todos os cristãos saírem daqui, não haverá quem fale de Jesus aos iranianos”, afirma.

Embora o governo iraniano insista que oferece liberdade religiosa, o regime islâmico exerce uma perseguição extrema contra cristãos ex-muçulmanos. O ano de 2018 foi um dos mais violentos e hostis aos cristãos.

Para saber mais sobre a Igreja Perseguida no Irã, acesse www.portasabertas.org.br/categoria/lista-mundial/ira

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