Ex-premiê da Holanda e esposa morrem juntos por suicídio assistido

O ex-primeiro-ministro holandês Dries van Agt e sua esposa Eugenie faleceram de mãos dadas em uma rara eutanásia dupla. O casal, ambos com 93 anos, foi enterrado juntos na quinta-feira.  The Rights Forum, uma organização de direitos humanos que ele fundou, fez um comunicado no dia seguinte.

“Ele morreu de mãos dadas com sua amada esposa Eugenie van Agt-Krekelberg, o apoio e âncora com quem esteve junto por mais de 70 anos e a quem sempre continuou a se referir como ‘minha garota'”, disse a organização.

Segundo Telegraph, o casal se conheceu enquanto estudava em Nijmegen. A The Rights Forum descreveu-o como “idiossincrático”. A organização também apontou como Van Agt e sua esposa estavam muito doentes, mas “não conseguiam viver um sem o outro”. Holandês de origem católica, Van Agt foi primeiro-ministro entre 1977 e 1982.

Nesse sentido, ele era popular por seu humor e por andar de bicicleta com ciclistas do Tour de France. Foi rotulado de “jesuíta” e “místico” por rivais políticos. O ex-democrata-cristão adotou visões cada vez mais de esquerda mais tarde na vida, opondo-se ao acordo eleitoral de seu partido com o PVV de Gert Wilders em 2010.

Sendo assim, Van Agt foi especialmente vocal sobre o conflito Israel-Palestina. Ele escreveu livros sobre o tema e rotulando Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelense, de “criminoso de guerra” em 2016. A eutanásia e o suicídio assistido são legais na Holanda desde 2002, sob condições específicas.

Desse modo, a eutanásia dupla é rara, mas tem aumentado lá, com 26 casos em 2020 e 58 em 2022, de um total de 9.000 casos de eutanásia. Jozef van der Heijden, ex-deputado do partido de van Agt, e sua esposa Gonnie morreram em uma eutanásia dupla em 2016.