igreja perseguida

Famílias protestantes do México são forçadas a escolher entre serviços básicos e fé

Cristãos protestantes foram expulsos de aldeia e tiveram terras desapropriadas.

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Cristãos protestantes no México (Reprodução/Portas Abertas)

Famílias protestantes estão sendo informadas de que correm o risco de serem excluídas dos serviços essenciais pelo governo local caso não renunciem ao direito de crença. Os serviços incluem acesso à água e tratamento de esgoto do México.

Ao menos duas famílias protestantes já foram obrigadas a assinar um acordo ilegal no qual renunciam ao direito de realizar cultos religiosos. Essas famílias foram informadas ainda que podem vir a serem cortadas dos programas do governo se não puderem pagar o restante de uma multa cobrada no âmbito do acordo.

Segundo a CSW, uma organização especializada em direitos religiosos e que atua em mais 20 países da África, Ásia, América Latina e Oriente Médio, as duas famílias são da aldeia La Mesa Limantitla, localizada na região de Huasteca, no estado de Hidalgo.

O grupo informa que as famílias recusaram-se a assinar um documento semelhante em 14 de janeiro de 2019, mas que visava força-los a recusar sua fé. Por não assinarem o documento, as duas famílias tiveram sem acesso à água, esgoto, programas de benefícios do governo e redes comunitárias interrompidos por mais de um ano, até que assinaram um outro acordo em 15 de janeiro de 2020.

Com o acordo, as autoridades locais abateram parte de uma multa exorbitante que foi aplicada contra as famílias, mas as duas famílias voltaram a correr risco sobre os serviços já que ainda não pagaram o restante da multa aplicada contra elas.

Em julho do ano passado, líderes comunitários ameaçaram despejar os membros da família se não fizessem contribuições financeiras para os festivais religiosos locais, além da exigência de participarem das atividades mesmo sendo conflitosas com suas crenças.

Desapropriações

Um morador da aldeia de Cuamontax Huazalingo teve suas terras desapropriadas e foi forçado a deixar o lugar, na região de Huasteca, depois de se recusar a assinar um acordo que proíbe os protestantes de entrar na aldeia. Gilberto Badillo foi um dos quatro cristãos protestantes forçados a sair da aldeia.

“Estamos profundamente preocupados com a inação do governo na região de Huasteca e as violações persistentes do direito à liberdade de religião ou crença”, disse o Chefe Executivo da CSW, Mervyn Thomas.

Ele fez um apelo para que o governador do estado de Hdalgo, Omar Fayad Meneses, para agir contra as injustiças que estão sendo cometidas contras as famílias protestantes. “Também pedimos aos governos federal e estadual do México que defendam o direito à liberdade de religião ou crença e garantam resultados justos para todas as comunidades de minorias religiosas”, disse.

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