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Igreja Maranata define novo líder após morte de fundador
A Igreja Maranata (ICM) anunciou no sábado, 05 de julho, a morte do pastor Gedelti Victalino Teixeira Gueiros, aos 93 anos. Fundador e presidente da denominação desde sua criação, em 1968, ele liderou a Maranata por mais de cinco décadas. A causa da morte foi um infarto, ocorrido após cinco dias de internação. Gedelti deixa uma filha e dois netos.
Com o falecimento do pastor Gedelti, a presidência da instituição passa a ser exercida interinamente por Alexandre Ruben Milito Gueiros, de 76 anos, conforme previsto no estatuto da igreja. Desde 2019, Alexandre ocupava o cargo de vice-presidente e, com a vacância da presidência, assume a função de forma provisória por até 90 dias, prazo em que o Conselho Presbiteral deverá indicar o novo presidente em definitivo.
Quem é Alexandre Gueiros?
Nascido em Recife (PE) em 11 de julho de 1948, Alexandre Gueiros tem uma carreira consolidada na diplomacia brasileira. É formado em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ingressou no Instituto Rio Branco em 1971. No Ministério das Relações Exteriores, atuou como cônsul-geral adjunto em Chicago, ministro-conselheiro nas embaixadas do Brasil em Lisboa e Dublin, e como embaixador na Jamaica entre 2007 e 2019, quando se aposentou.
Além do parentesco direto com o fundador da Maranata — é sobrinho de Gedelti —, Alexandre também mantém vínculos institucionais com outra liderança histórica da igreja: ele é casado com a filha do pastor Edward Dodd, que presidiu a Maranata entre 1986 e 2007. Sua nomeação interina reforça o padrão de continuidade familiar que marca a história da denominação desde seu início.
Luto e homenagens
A morte de Gedelti Gueiros gerou grande comoção entre membros da Igreja Cristã Maranata e lideranças evangélicas em todo o país. Também foram registradas manifestações de pesar por parte de autoridades políticas.
O senador Magno Malta (PL-ES) publicou em sua conta no Instagram:
“Com imenso pesar, recebo a notícia do falecimento do Pastor Gedelti Gueiros, fundador e presidente da Igreja Cristã Maranata. Tive com ele uma ligação histórica, profunda e marcada por fé, respeito e admiração. Seu legado ultrapassa templos e fronteiras. Ele não foi apenas um líder – foi um servo que ousou crer, construir e pastorear com coragem por mais de cinco décadas”.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), também se pronunciou por meio da rede X (antigo Twitter):
“Meus mais profundos sentimentos pelo falecimento do pastor Gedelti Victalino Teixeira Gueiros, fundador e presidente da Igreja Cristã Maranata. Com uma trajetória de fé e dedicação, teve a sua vida voltada à palavra de Deus e construiu um legado de trabalho social e evangelismo que não se apagará. Reverenciamos a sua vida e com gratidão nos despedimos”.
Já o pastor Cláudio Modesto, ex-líder em uma das congregações da Maranata no Rio de Janeiro, recordou experiências marcantes em sua juventude:
“Com pesar recebo a notícia da partida do Pastor Gedelti Gueiros. Aos 18 anos, fui enviado em minha primeira missão internacional à Bolívia, onde vivemos grandes milagres em Puerto Suárez, Santa Cruz de La Sierra e La Paz. Levo comigo os frutos dessa visão que marcou minha vida para sempre”.
Meus mais profundos sentimentos pelo falecimento do pastor Gedelti Victalino Teixeira Gueiros, fundador e presidente da Igreja Cristã Maranata. Com um trajetória de fé e dedicação, teve a sua vida voltada à palavra de Deus e construiu um legado de trabalho social e evangelismo… pic.twitter.com/pyJ7jEn7Az
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) July 5, 2025
Liderança atravessou gerações
Desde sua fundação em 1968, a Igreja Cristã Maranata manteve um perfil de liderança concentrada e marcada por vínculos familiares e institucionais. A atuação de Gedelti Gueiros foi central para a expansão da denominação, especialmente no Espírito Santo, onde a igreja se consolidou como uma das mais influentes do meio evangélico.
Gedelti também foi conhecido por sua postura conservadora e ênfase na revelação profética e nos dons espirituais, marcas doutrinárias da Maranata. Sua liderança, embora criticada por alguns ex-membros, foi reconhecida por muitos como firme, contínua e voltada à preservação da identidade teológica da denominação.
A transição atual, ainda em fase interina, ocorre num momento delicado para os fiéis, que buscam consolo espiritual em meio ao luto. Para os cristãos, a esperança da ressurreição permanece firme, conforme registrado em 1 Tessalonicenses 4:14: “Cremos que Jesus morreu e ressuscitou, e assim cremos que Deus trará, mediante Jesus e com ele, aqueles que nele dormiram”.
Próximos passos da sucessão
Conforme estipula o estatuto da Igreja Cristã Maranata, o novo presidente definitivo deverá ser escolhido dentro de um prazo de 90 dias a contar da vacância. O processo está sob responsabilidade do Conselho Presbiteral, instância superior da governança eclesiástica da instituição.
A escolha poderá recair sobre o próprio Alexandre Gueiros ou outro nome indicado entre os presbíteros. Seja qual for a decisão, a expectativa é de que a continuidade do legado espiritual e administrativo da Maranata permaneça alinhada aos princípios estabelecidos por seu fundador.
A denominação segue com suas atividades normais, com cultos, transmissões ao vivo e ações missionárias em andamento, enquanto a liderança interina conduz os trabalhos da presidência com base nas diretrizes institucionais e espirituais da igreja.