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Igrejas dependem cada vez mais do uso de tecnologia
Videoconferência, mensagens de texto durante o sermão e pagamentos eletrônicos para o dízimo já são uma realidade em muitos templos
Hoje em dia, a tecnologia parece ter cada vez mais de um papel de destaque na vida da Igreja. Um estudo divulgado pelo Hartford Seminary revela que o uso de tecnologia como TVs de LCD e iPads, por exemplo já são parte de muitas comunidades religiosas de hoje.
No estudo, feito ao longo da última década, a corrida pela utilização da tecnologia foi uma das mudanças mais significativas nas igrejas norte-americanas.
O estudo analisou mais de 30 segmentos religiosos, incluindo protestantes, mórmons, muçulmanos, católicos e judeus, e constatou que as congregações onde a maioria dos membros são jovens adultos têm duas vezes mais chances de precisar usar muita tecnologia.
Afinal, ela já é parte da vida das pessoas durante a semana.
O relatório descobriu que os cristãos evangélicos são o grupo mais aberto para isso. A tecnologia é mais comumente usada durante os cultos de igrejas como a Igreja Fellowship em Dallas, Texas. Os membros desta igreja podem acompanhar as pregações do pastor Ed Young, através de um telão com vídeo de alta definição transmitida pela igreja mãe, na cidade em Grapevine.
Assim como nas aulas à distância, oferecidas por algumas universidades, agora parece ter chegado a hora das igrejas à distância. O louvor é feito por um grupo local, mas o sermão é via teleconferência.
Líderes dessa nova geração estão usando a tecnologia para apresentar seus sermões de domingo na igreja “mãe” e serem acompanhados pelas igrejas “satélite” em outras cidades ou mesmo estados. O recurso tem ajudado pastores como Mark Driscoll a atrair pessoas na plantação de novas igrejas Mars Hill pelos Estados Unidos.
Recentemente, uma universidade decidiu fazer a transmissão de um de seus cultos pelo Facebook e teve cerca de 40 mil pessoas conectadas e interagindo umas com as outras.
Além da tecnologia utilizada durante os cultos, mais igrejas tem optado por alternativas eletrônicas para entregarem seus dízimos e ofertas. “Isso lhes dá muitos benefícios”, diz Deborah Matthews, da ACH, “os membros da igreja podem permanecer fiéis aos seus compromissos mesmo quando não puderam estar fisicamente na igreja “, seja por motivos de doença, viagens ou nas férias de verão. Tudo pode ser feito pela internet, através de transições de e-banking.
Na Igreja Morning Star, em Dardenne Prairie, Missouri, o pastor Mike Schreiner incentiva os membros de sua congregação a enviar mensagem de texto com suas perguntas durante o sermão. Seu assistente, John Carrington, joga as perguntas escolhidos no telão e Schreiner pode respondê-las na mesma hora. O líder sente que essas mensagens de SMS dos membros revela que pontos não ficaram claros durante a pregação.
O pastor Alex Lang, 31, da Igreja Presbiteriana de Pine Street, em Harrisburg, Pensilvânia, decidiu “modernizar” os cultos da igreja de 153 anos, optou por métodos não tradicionais. Visando melhorar sua rede de comunicação e espalhar sua mensagem espiritual, optou por ferramentas como Facebook, YouTube, Twitter e outras redes sociais.
“Como muitas igrejas protestantes, estamos vendo um declínio no interesse de nossa sociedade. Queremos reverter isso e atrair novos membros, especialmente na faixa etária entre 20 e 45. Um monte de gente dessa idade acha que somos muito tradicionais e trancados em nosso mundinho. Mas essa não é a realidade”.
Assim, sua igreja hoje twitta orações, links para meditações, faz anúncios sobre cultos ou atividades extras, uma comunidade religiosa que se estende durante a semana nas redes sociais.
“Estamos tentando chegar a uma geração mais jovem, e esse é o seu principal meio de comunicação”, disse Gilbert Thurston, líder da ExponentialChurch.tv, de Susquehanna Township. “Como eu vejo os jovens com seus polegares em movimento constante e olhos no celular, seja mandando mensagens de texto ou usando o Facebook, eu percebo como é incrível a autenticidade dos relacionamentos que as pessoas têm através da tecnologia ”
Thurston explica que a mídia social permite-lhe acompanhar melhor a vida pessoal dos membros de sua igreja. “Se alguém está doente, eu sei porque eles escreveram sobre isso no Facebook”,
Mesmo a Igreja Católica Romana parece ter adotado as redes sociais. Durante sua mensagem para o Dia da Igreja Mundial das Comunicações Sociais, em 5 de junho, o Papa Bento XVI chamou as mídias sociais de “uma grande oportunidade” que podem promover o diálogo, respeito e relações honestas .
Quase metade de todas as igrejas protestantes usam o Facebook, de acordo com LifeWay Research, uma organização de pesquisa filiada à Convenção Batista do Sul.
Seu levantamento mais recente mostra que grandes igrejas usam o Facebook muito mais que as pequenas: 81% das congregações com frequência média de 500 ou mais pessoas usam o Facebook, em comparação com 27% das igrejas até 50 pessoas.
A pesquisa da LifeWay apontou ainda que 40% das igrejas não usam todas as ferramentas de redes sociais. Em geral, a maioria dos líderes teme que as redes sociais reduzam a espiritualidade das mensagens rápidas na internet, sacrificando a vivência em comunidade e a experiência de assistir a um culto na igreja.
John Voelz e David McDonald, pastores da Igreja da Comunidade Westwinds em Jackson, Michigan, pensam diferente. Eles chegaram a pregar sobre o uso do Twitter, estimularam que os fiéis trouxessem laptops, iPhones e BlackBerrys para o culto. Decidiram facilitar a vida dos membros e colocaram wi-fi de alta velocidade no auditório onde acontecem as reuniões.
Três grandes telas de vídeo mostram as mensagens dos membros em tempo real. O pastor Voelz diz que no início muitos reclamaram, mas hoje em dia recebe em média cinco e-mails por semana de pastores perguntando como iniciar um “ministério de Twitter” em suas igrejas.
Na Igreja Next Level, em Charlotte, Carolina do Norte, as redes sociais também são vistas como uma forma especial de comunhão. Num culto recente, o pastor Todd Hahn prefaciou seu sermão dizendo: “Espero que muitos de vocês estejam twittando sobre a sua experiência com Deus”.
“É uma enorme responsabilidade da igreja perceber o que está acontecendo na cultura e usar isso para conectar as pessoas com Deus e umas com as outras”, diz Hahn.
Traduzido e Adaptado por de Christian Post, Penn Live e Time