vida cristã
“Isolar a igreja dentro de prédios foi a pior coisa que se fez”, afirma pastor
Samuel Câmara fala sobre o papel da igreja em meio à pandemia e o que Deus está dizendo ao mundo.
Continuando a nossa série de entrevistas com líderes e pastores de diversas denominações para entender o momento que estamos vivendo, como a igreja deve se portar e o que Deus está dizendo ao mundo, conversamos com o pastor Samuel Câmara.
Câmara é casado com Rebekah Joyce e pai de três filhos. Formado em teologia, filosofia, pedagogia e direito. É presidente da Assembleia de Deus em Belém do Pará desde 1997 e fundador e presidente da Convenção da Assembleia de Deus no Brasil (CADB).
O líder afirma que a igreja deve “continuar cumprindo sua missão em tudo que lhe é possível”. Exceto, lembra ele, os grandes ajuntamentos em cultos e celebrações.
Para ele, a igreja deve “manter a fé firme e continuar o trabalho de evangelismo e discipulado”, e, sobretudo, a assistência social que sempre foi característica dos cristãos.
O pastor afirma que a pandemia é ao mesmo tempo “uma provação e uma oportunidade”. Provação porque não podemos celebrar cultos presenciais, mas oportunidade para alcançar “corações aflitos”.
O que podemos aprender?
O líder da igreja-mãe das Assembleias de Deus no Brasil afirma que não depender de templos é uma das maiores lições neste momento.
“Não podemos depender de um só modelo e proposta de fé centrada em templos e prédios”, afirma. “A igreja está sendo obrigado a aprender que seu trabalho é junto às pessoas”, enfatiza.
A igreja precisa “se recriar, se repaginar” e “usar a tecnologia para que esse distanciamento” criado pela pandemia se torne “mais próximo possível”, afirma.
O que se modificará?
“A fé se espalha quando as pessoas se espalham”, diz lembrando da importância do evangelho não ficar preso em prédios. Salienta que os fiéis precisam levar o evangelho “lá onde as famílias estão… onde eles são conhecidos e se encontram”.
Câmara argumenta que a crise tem nos ensinado que “isolar a igreja dentro de prédios” foi a “pior coisa que se fez”.
“A fé também é contagiante. Ela contagia quando se espalha no meio do povo”, frisa.
Estamos preparados?
“Temos muito que aprender, mas muito que agradecer”, assevera. O líder afirma que a igreja é uma das instituições que mais atende pessoas em seu dia a dia.
“As igrejas que são ativas no seu compromisso e em sua missão”, diz, “precisam apenas adaptar e ampliar o que já fazem”.
Para ele, seria um contrassenso os cristãos não estarem preparados para essa hora, já que, “esperamos os últimos dias sabendo dessas coisas”.
O que Deus está dizendo?
Deus está nos lembrando “o que é mais importante”. Do que é prioridade na vida do ser humano, afirma.
“As coisas simples que foram desprezadas e esquecidas pela sofisticação de um mundo feito para o materialismo, para o domínio do capital de quem tem e não de quem é”, argumenta.
A lição que fica de tudo isso, finaliza, é que “somos todos iguais e dependemos de Deus”.
“A fé é imprescindível e o dinheiro e a fama não servem quando se trata de assuntos tão importantes como a vida, saúde e a família”, conclui.