política
Lula cansa de evangélicos e desiste de tentar votos em 2026
O presidente Lula (PT) encerrou a estratégia de aproximação com o eleitorado evangélico, segundo informações de aliados publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo. A mudança, registrada nos últimos dias, acendeu um alerta no Palácio do Planalto, que observa o crescimento da rejeição ao governo entre um segmento majoritariamente alinhado à direita.
Pesquisas recentes mostram queda vertiginosa no apoio. No levantamento Datafolha de 2 de agosto, apenas 18% dos evangélicos avaliaram o governo de forma positiva, ante 30% em outubro de 2024. A rejeição atingiu 55%, o maior índice desde março de 2023. Pelo Instituto PoderData, 69% desaprovam a gestão, enquanto 26% aprovam, indicando que sete em cada dez entrevistados dessa faixa estão insatisfeitos.
Interlocutores afirmam que Lula deixou de incluir referências religiosas em seus discursos, algo que vinha fazendo com frequência em eventos pelo país. Um aliado resumiu a mudança dizendo que o presidente “cansou” de tentar se aproximar do segmento. Apesar disso, o Partido dos Trabalhadores mantém iniciativas voltadas a esse público. Em maio, a Fundação Perseu Abramo realizou um curso para militantes evangélicos, com o objetivo de prepará-los para o diálogo com lideranças religiosas.
A decisão presidencial ocorre enquanto o governo dos Estados Unidos, sob Donald Trump, acompanha o cenário político brasileiro. Segundo fontes da Casa Branca, a gestão norte-americana trabalha com a hipótese de derrota de Lula nas eleições de 2026, “talvez até no primeiro turno”. Entre os nomes vistos com simpatia por Washington está o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que mantém contato frequente com membros do Executivo e Legislativo norte-americanos e tem alinhamento com o governo Trump em pautas como relações bilaterais, geopolítica e críticas ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
Uma pesquisa de intenção de voto realizada em junho, sem a participação de Jair Bolsonaro (PL), mostrou Lula com 41,6% e Eduardo Bolsonaro com 39,1%. A sondagem foi interpretada pela Casa Branca como indicativo de competitividade do parlamentar. Aliados de Eduardo avaliam que o respaldo político norte-americano pode impulsionar sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto.