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Mais de 600 mulheres e meninas mantidas como escravas sexuais em Moçambique

Caos em Moçambique resulta em pelo menos 3.000 mortes e 7.000 pessoas fugindo do país.

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Casas queimadas por terroristas em Moçambique (Foto: Reprodução/Facebook)

Segundo um comunicado da Human Rights Watch (HRW) na terça-feira, desde 2018 militantes ligados ao ISIS sequestraram e escravizaram mais de 600 mulheres e meninas em Cabo Delgado, Moçambique.

“O grupo, conhecido localmente como Al Sunnah wa Jama’ah (ASWJ) e Al-Shabab (ou mashababos) forçou mulheres e meninas mais jovens, de aparência saudável e de pele mais clara sob sua custódia a ‘se casar’ com seus lutadores, que escravizam e abusam sexualmente deles”, relatou a fonte

De acordo com ICC, a fonte ainda afirmou que outras mulheres foram vendidas para combatentes estrangeiros por valores entre US$600 e US$1.800.

A diretora Africana da HRW, Mausi Segun, pediu a libertação imediata dessas mulheres do cativeiro de Al-Shabab. Nos últimos três anos, uma rebelião tem aumentado no norte de Moçambique, deixando pelo menos 3 mil pessoas mortas e 7 mil obrigadas a fugir.

Entre agosto de 2019 e outubro de 2021, a Human Rights Watch entrevistou 37 pessoas que foram sequestradas, ou tinham ligações próximas a sequestros, em Cabo Delgado.

“Algumas mães estavam implorando aos lutadores para levá-las em vez de suas filhas. Mas um dos mashababos disse que não queria mulheres idosas com crianças e doenças”, disse um dos homens entrevistados.

Outro entrevistado relatou que ele foi forçado a escolher mulheres e meninas para fazer sexo com os lutadores, e aquelas que se recusaram foram punidas com espancamentos, e ficaram sem comida por dias.

“Um número desconhecido de mulheres e meninas permanecem em cativeiro em Moçambique, enfrentando abusos horríveis diariamente, incluindo escravização e estupro por combatentes al-Shabab. As autoridades moçambicanas devem intensificar os esforços para resgatar e reintegrar os sobreviventes em suas comunidades e garantir prontamente seu tratamento humano e acesso a serviços médicos e psicossociais”, informou Segun.

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