estudos bíblicos

Mulher submissa ao marido: como assim?

Submissão não é o mesmo que escravidão ou sujeição cega e irrefletida.

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Casal de mãos dadas na praia (Pablo Heimplatz / Unsplash)

O apóstolo Paulo escrevendo à igreja de Éfeso assim orienta às mulheres casadas: “Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor” (Ef 5.22).

Este assunto é tema de não raras discussões, sobretudo quando a igreja sofre fortes influências de correntes ideológicas antibíblicas e anticristãs como o feminismo, que propõe o rompimento com esse modelo judaico-cristão de casamento e sujeição.

O que não é submissão

Uma primeira coisa a se dizer é que a ordem bíblica não é para que as mulheres se sujeitem aos homens, numa relação de sujeição sexista na sociedade; antes é uma ordem às mulheres casadas para que se submetam cada uma a seu próprio marido.

Segundo, esta submissão não é o mesmo que escravidão ou sujeição cega e irrefletida. Nenhuma mulher deve ser tratada como empregada de seu marido, nem ter seu direito a voz impedido, afinal a esposa foi feita para ser auxiliadora do esposo (Gn 2.18).

A Bíblia demonstra tão grande zelo pelas mulheres que diz aos maridos para darem honra às suas esposas e não agirem com violência contra elas, senão suas orações serão impedidas (1Pe 3.7).

Especialmente quando os interesses do marido conflitam com os interesses de Deus e com os bons valores morais e éticos da sociedade, a esposa não está pela relação de submissão, obrigada a participar de seus pecados sexuais, crimes ou desordem pública intentados por ele.

Abigail era uma mulher sensata, enquanto seu esposo Nabal era rude e mal; quando a destruição chegou à casa de Abigail, apenas seu esposo a amargou, enquanto ela foi livrada pelo Senhor (1Sm 25).

Já Safira resolveu deliberadamente participar dos pecados de seu esposo Ananias; ambos amargaram a mesma morte (At 5)! Uma mulher submissa não peca por dizer “NÃO!” aos erros de seu marido, pois ela é autônoma em sua vontade!

O que significa submissão

O Novo Comentário Bíblico, da editora Central Gospel, apropriadamente nos diz que “Paulo está dizendo que a esposa deve colocar-se voluntariamente sob a autoridade do marido”.

No próprio texto bíblico, o apóstolo explica o porquê: “Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja” (Ef 5.23).

Deus, organizado como é, criou a mulher para estar ao lado do homem, todavia, estabeleceu papéis sociais distintos para cada um: ao homem, entregou Deus à liderança da família; à mulher, Deus deu a nobre tarefa de auxiliar o marido (na criação dos filhos e no cuidado com a terra), numa sinergia perfeita marcada por amor e voluntariedade, não por opressão e domínio.

Cristo mesmo se submeteu em tudo ao Pai, sendo-lhe obediente até a morte (Fp 2.8). Que demérito há nisso? Nenhum.

Em qualquer lugar no mundo, onde há equipes trabalhando, há líderes sobre elas. Por que na família seria diferente? Deus então estabeleceu desde o Éden a liderança da família, colocando-a sob a responsabilidade do marido e pai. Isso não é cultura machista opressora, é cultura do céu organizada! Se homens abusam de sua autoridade, é porque estão desviados do plano original de Deus, que visa o bem e não o mal.

Mas enfatizo: Paulo não está ordenando aos maridos para que sujeitem a si mesmos suas mulheres; antes, está o apóstolo orientando as próprias mulheres a que se sujeitem a seus maridos. Ou seja, não é de uma submissão forçada, mas voluntária, que deve partir do coração da própria esposa, reconhecendo seu papel no casamento e no lar.

A mulher submissa reconhece a autoridade de seu marido, e tanto quanto possível, respeitando-se todos os princípios bíblicos e a ética cristã acima de tudo, lhe confere honra e proeminência, mas não deixa de participar ativamente do engrandecimento do casamento e da família, pois “a mulher sábia edifica a sua casa” (Pv 14.1).

Cristo e a Igreja como referenciais

Interessante ainda é observar que Paulo está colocando grande responsabilidade sobre os maridos, quando diz que eles devem amar suas esposas como Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela (Ef 5.25).

Ou seja, maridos devem amar sacrificialmente – nunca oprimir e violentar suas esposas! Devem estar dispostos até mesmo a darem suas próprias vidas pelo bem delas.

Que mulher não se submeteria voluntariamente a um marido tão amável assim?

Uma mulher respeitada, amada e cortejada pelo seu marido com satisfação coloca-se sob a autoridade dele, pois sabe que ele só a tratará bem a ponto de dar até mesmo sua própria vida por ela!

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