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Nicodemus sobre Malafaia: ‘Juízes darão contas a Deus’
O reverendo Augustus Nicodemus Lopes publicou um vídeo em apoio ao pastor Silas Malafaia, após este ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal. O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) teve passaporte e celular apreendidos por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Nicodemus destacou que, embora tenha diferenças de ordem teológica com Malafaia, o momento exige unidade diante daquilo que classificou como ameaça às liberdades individuais no país. “Pensei bastante antes de me pronunciar a respeito do episódio Silas Malafaia. É do conhecimento de todos que eu discordo de Silas em questões teológicas e também da maneira como a linguagem é usada. Entretanto, eu queria separar as coisas”, afirmou.
Liberdades civis
Ao tratar das medidas impostas pela Justiça, o reverendo declarou que não há fundamento para as ações policiais contra o pastor. “Trata-se do assédio ou de uma atitude que foi tomada contra um líder religioso que não tem qualquer fundamento de ser parado pela Polícia Federal, ter o seu passaporte tomado, seu celular tomado e depois áudios vazados, sem que tenha havido crime, a não ser crime de opinião, que não existe”, afirmou Nicodemus.
Ele ressaltou que a situação representa risco à democracia e à própria Constituição Federal. “Por enquanto, nós estamos num país onde existe liberdade de expressão, de opinião e de religião. Os juízes foram instituídos por Deus para julgar de maneira justa e emitir sentenças justas. Eles haverão de dar contas a Deus. Enquanto Deus não os traz à justiça, cabe-nos protestar, como eu estou protestando aqui, preocupado com o que vai haver com o nosso país, quando até mesmo os direitos civis fundamentais como liberdade de expressão, de fé, de crença, de opinião, são garantidos pela Constituição e parece que relegados ao desprezo ou se tornados irrelevantes com uma canetada”, declarou.
Apelo à oração pelo país
O reverendo concluiu sua manifestação pedindo intercessão em favor do Brasil. “Oremos pelo Brasil para que essa liberdade que nos foi dada não seja tomada e nós não sejamos como países onde é proibido dizer o que se pensa”, disse.
A declaração ocorre em meio a um cenário de tensões entre setores do Judiciário e lideranças religiosas e políticas. No meio evangélico, o episódio reacendeu debates sobre os limites da liberdade de expressão e a atuação do Estado.