opinião
O feminismo quer destruir o feminino
Jamais saberemos quando as feministas alcançarão o máximo de sua degradação.
O feminismo é um movimento que passou por diversas fases, ou ondas, como comumente nomeia-se. Apesar de ser um movimento diverso e confuso, possui um cerne, um aspecto em comum em todas as suas fases: a ideia de igualdade entre os homens e mulheres. Uma falácia que tem engendrado muitas mulheres e as afastado de sua missão, ser mãe.
Para o movimento feminista a dicotomia homem x mulher não se fundamenta na biologia, mas são geradas e endossadas por imposições sócio-históricas. Em outras palavras, são meras construções sociais. Outro ponto em comum é de que o papel culturalmente nomeado como masculino exerce opressão sobre o papel denominado feminino. Para sermos mais claros, os homens oprimem as mulheres e impedem que outros gêneros, e até mesmo outras maneiras de sexualidade, que não a heterossexual, sejam exercidas.
Em sua obra Problemas de Gênero, Judith Butler defenderá com afinco a concepção propagada por Monique Wittig, sobre a ideia de que a “categoria do sexo é a categoria política que funda a sociedade heterossexual”. Em palavras mais singelas, sem a normalização da heterossexualidade se extinguiria a dicotomia sexual homem/mulher. Nas palavras de Butler (2003, p.11) “Tanto a teoria como a ficção de Monique Wittig propõem uma “desintegração” de corpos culturalmente constituídos, sugerindo que a própria morfologia seria consequência de um sistema conceitual hegemônico”. Wittig defenderá abertamente que “A categoria do sexo é a categoria política que funda a sociedade heterossexual”. Butler (2003, p.31), citando Simone de Beauvoir, diz que “o corpo feminino deve ser a situação e o instrumento da liberdade da mulher, e não uma essência definidora e limitadora”. A autora explicita que:
Para Wittig, a restrição binária que pesa sobre o sexo atende aos objetivos reprodutivos de um sistema de heterossexualidade compulsória; ela afirma, ocasionalmente, que a derrubada da heterossexualidade compulsória irá inaugurar um verdadeiro humanismo da “pessoa”, livre dos grilhões do sexo. Em outros contextos, ela sugere que a profusão e difusão de uma economia erótica não falocéntrica irá banir as ilusões do sexo, do gênero e da identidade. Em mais outras passagens de seu texto, parece que “a lésbica” emerge como um terceiro gênero, prometendo transcender a restrição binária ao sexo, imposta pelo sistema da heterossexualidade compulsória. (2003, p.41)
Como percebem o feminismo não defende a mulher, mas sua completa destruição. É a destruição do sujeito feminino para a criação de um “verdadeiro humanismo da pessoa”. Butler (2003, p.18) afirma que “O próprio sujeito das mulheres não é mais compreendido em termos estáveis ou permanentes”. Em diversas passagens de seu livro, Butler questiona o próprio movimento feminista por continuar a falsa ideia de que existe mulher. Essa tese é sequência e corroboração de vária outra feminista. Julia Kristeva diz que “Estritamente falando, não se pode dizer que existam “mulheres”. “Mulher não tem sexo” afirmou Lucc Irigaray. Dentre as declarações, a mais célebre: Ninguém nasce mulher: torna-se mulher, de Simone de Beauvoir. Nas palavras da brasileira Berenice Bento: “não existe mulher. É (a mulher) um símbolo, e como todo símbolo é unitário, autoritário, é impositivo, mas a gente usa esse símbolo […] para construir uma agenda unificada de luta e a partir daí avançar em uma determinada agenda”.
Alguns podem defender que o movimento feminista luta pela igualdade jurídica entre homens e mulheres e arguem que a pauta talvez tenha sido desfocada ao longo do tempo. Vejamos! Em 1855 a sufragista americana Lucy Stone disse “Significa muito pouco para mim ter o direito ao voto, a possuir propriedades etc., se eu não puder ter o pleno direito sobre o meu corpo e seus usos”. Kate Millet declarou que “Feminismo é o mesmo que Revolução sexual”. Shulamita Firestone, canadense-americana, pontua que “romper com a binariedade do sexo é o objetivo do Movimento Feminista”. Percebam que essa bandeira está nas entranhas do movimento desde sua gênese e perpassa por todas as suas fases.
Todavia, dizer que não existe mulher não é um discurso facilmente palatável. Imagine contar para sua avó ou bisavó que ela não é mulher, mas ela acha que é mulher porque os homens perversamente, num desejo incontrolável de possuí-las e dominá-las, convenceram-nas de que elas são mulheres e de que elas têm aptidão para serem mães e cuidarem dos afazeres domésticos. Certamente elas ignorarão. Questionarão se você está louco, ou darão boas risadas.
Razoando essa discussão, as feministas orquestraram bem sua atuação. A sua segunda bandeira e facilmente aceita: a opressão das mulheres pelos homens. O homem que agride uma mulher, e abusa de sua superioridade física não está exercendo sua masculinidade, por contrário, é justamente a ausência da compreensão de seu papel como homem protetor e seu desvio de caráter que o impulsionam a atitudes animalescas.
Ainda mais, é a falta de punição firme que não barra atos tão vis como agressão à mulher. Esses são a borra da criminalidade, sendo desprezados e alvo de escárnio e grave violência até de quem vive na marginalidade. Fato que nega a tão propagada cultura do estupro. É grave erro afirmar que todos os homens são estupradores em potencial, de igual modo, defender que toda relação sexual é uma violência, como defende Beauvoir.
Só quem discorda que as penalidades contra os homens que agridem mulheres sejam agravadas, são as próprias feministas. Que repudiaram o PL 5398/13, que defendem que homens e mulheres usem o mesmo banheiro, que pedem prisão conforme a identidade de gênero, o que coloca mulheres prisioneiras em contato com estupradores, que retiram das mulheres conquistas esportistas e doam para “mulheres trans”. Ademais, criticam a feminilidade, a preocupação da mulher com o asseio e a estética, mas vibram com um trans que alcance seu ápice de sensualidade e performance à semelhança de um padrão feminino de beleza.
O que se percebe é que o ser humano vive angústias, vive preocupações, e mais, vivem em busca de soluções para seus problemas. Assim como Marx apontou o fim da propriedade privada como a solução para a economia, as feministas apontaram o fim da identidade como solução para as divergências que há entre homens e mulheres. Divergências essas, que não nos tornam inimigos, mas complementares.
Embora tratando sobre estética, Ângelo Monteiro, traz-nos uma excelente reflexão sobre as coisas más:
Como o Mal é talvez mais diversificado que o Bem, assim como o Feio em relação à Beleza, justamente pela ausência de qualquer medida, a decadência é um tema tão inesgotável que nunca saberemos realmente o seu momento de maior auge, já que as máscaras de que dispõe não são suficientes para cobrir as exibições intermináveis dessa mediocridade que envolve todos os âmbitos e todas as instituições, não deixando lugar para qualquer realização superior do espírito.
Jamais saberemos quando as feministas alcançarão o máximo de sua degradação, elas jamais serão plenas e satisfeitas, pois tentam encontrar nelas mesmas as soluções para suas almas. O transcendente cedeu espaço ao materialismo e ao vazio, que só pode ser preenchido por Deus. Nenhuma mulher precisa do feminismo, precisamos de Deus. Precisamos cumprir o nosso chamado. Sermos esposas, mães, donas de nossos lares, emissoras de valores e, sobretudo, servas de Deus. Que “Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém.” Judas 1:25.