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O mal silencioso da pornografia nas igrejas
Pesquisa revela que o assunto ainda é tabu no meio evangélico
A maioria dos pastores acredita que a pornografia tem impactado negativamente a vida dos membros de sua igreja, mas quase metade deles não consegue estimar quantos de seus fiéis tem acesso regular a material pornô.
Esta é a conclusão de uma pesquisa recente realizada pelo centro de pesquisas da LifeWay, que entrevistou 1.000 pastores nos EUA.
Quando questionado se a pornografia tem afetado negativamente as vidas dos membros de suas igrejas, 69% dos pastores concordaram. Destes, 42% concordaram plenamente e 27% dizem concordar apenas parcialmente. Há 9% que discordam parcialmente e 8% discordam totalmente. Apenas 14% não sabem ou preferiram não responder.
“A maioria dos pastores conhece os efeitos venenosos da pornografia”, explica Ed Stetzer, presidente da LifeWay. “Eles viram que isso só serve para destruir casamentos, afundar vidas e deformar a moral quando se trata de sexualidade.”
Quando solicitados a estimar o percentual de homens em suas congregações que veem pornografia toda semana, 43% são souberam ou não quiseram responder. Entre os que se dispuseram a fazer uma estimativa, 62% dos pastores acredita que menos de 10% da congregação. Cerca de 24% dos sacerdotes dizem que de 10 a 24% dos seus membros veem, enquanto 10% dos pastores estimam que entre 25 e 49% dos fiéis tem esse hábito e apenas 4% dos pastores admitiram que 50% ou mais dos cristãos gostam de ver pornografia.
Os números são semelhantes quando os pastores foram questionados sobre o hábito das mulheres de suas igrejas em ver pornografia. Quarenta e quatro por cento dos entrevistados são incapazes ou não sabem estimar quantas fiéis em suas congregações gostam de ver pornografia ao menos uma vez por semana. Entre os que admitem o problema, 87% dos pastores acreditam que menos de 10%, apenas 10% dizem que de 10 a 24% da congregação e 3% estimam que entre 25 e 49% das cristãs de sua igreja tem esse hábito. Nenhum dos entrevistados disse que 50% ou mais membros da igreja fazem isso.
Estatísticas de outros estudos similares, entretanto, sugerem que os pastores tendem a subestimar os efeitos da pornografia entre seus fiéis.
Estima-se que 43% das pessoas que usam a internet visitam sites pornográficos. Cerca de 40 milhões de americanos visitam regularmente esse tipo de site. Imagens ou filmes pornográficos representam 35% de todos os downloads da internet. Dos 40 milhões de visitantes regulares, 33% são mulheres. Cerca de 70% dos homens com idade entre 18 e 24 visitam sites pornográficos pelo menos uma vez por mês.
“Embora geralmente os pastores saibam que a pornografia é prejudicial, muitos parecem não perceber que isso está chegando até a casa de seus membros”, disse Stetzer. “Um grande número de membros de igrejas estão incluídos na estatística que mostra que quase metade dos usuários da Internet visitam sites pornôs. Ficamos surpresos que muitos líderes não puderam ou não quiseram pensar seriamente sobre como a pornografia é difundida dentro da igreja. Se um terço acha que menos de 10% dos homens estão olhando pornografia e quase metade dos pastores não tem certeza, podemos perceber claramente uma falta de consciência sobre a presença do pornô em seus lares. Estudos anteriores mostram que os cristãos comprometidos se mantêm mais afastados da pornografia, mas essa questão ainda é um grande problema que a igreja deve enfrentar”.
Recentemente, o pastor Ed escreveu um artigo que foi publicado no Enrichment, uma revista publicada pelas Assembleias de Deus, onde dizia: “A igreja recebeu tudo que é necessário para lidar com a sexualidade dentro de uma perspectiva bíblica. As Escrituras ensinam claramente o plano de Deus para o sexo. No entanto, nós tropeçamos desajeitadamente no lidar com essas questões. Se a igreja se recusa a abordar de frente esse tipo de assunto, não somente nos tornamos irrelevantes, mas deixamos muitas perguntas sem resposta. Assim, nunca vamos resolver esse problema”.
Ele questiona ainda a dificuldade ou simplesmente o silêncio total sobre o assunto nos púlpitos da maioria das igrejas. Parece que o assunto ainda é tabu ou, no mínimo, desconfortável para a maioria dos pastores pregarem a respeito ou discutir abertamente com os membros de suas igrejas.
Traduzido e Adaptado por de Charisma News