educação financeira
O que a Bíblia diz sobre a vida financeira?
Um teologia para suas finanças.
A Lição de hoje tem a ver com a mordomia dos bens. Numa nota de 0 a 10, como você avaliaria a sua própria mordomia dos bens financeiros que Deus tem lhe concedido? Não se esqueça da regra estabelecida por Cristo: “A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido” (Lc 12.48, NVI).
Creio que a verdade prática que consta em nossa Lição (CPAD) resume bem os ensinos que deveremos fixar em nosso coração ao final desse estudo. As finanças do crente devem ser administradas para ele:
- Garantir o sustento da família
- Contribuir na manutenção da igreja local (e acrescento: da obra missionária)
- Ajudar o próximo
Desenvolveremos estes pontos nos tópicos a seguir.
Um teologia para a vida financeira
A Bíblia não é um livro sobre empreendimentos, nem um manual para homens ou mulheres de negócios. Todavia, é fato que há muita orientação na Palavra de Deus, tanto no Antigo como no Novo Testamento para uma vida financeira equilibrada, seja em família, seja nos negócios.
O cristão que quiser desfrutar de moderação nas economias, deverá meditar com regularidade no livro de Provérbios especialmente, onde há instruções práticas sobre trabalhar, economizar, juntar, investir e partilhar.
Vida financeira equilibrada
É conhecida de todos a oração feita por Agur: “…Não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o alimento necessário” (Pv 30.8). Claro que por “alimento” devemos entender não só a comida para nutrição do corpo, mas todos os recursos necessários para uma vida modesta e sossegada, sem as aflições da escassez ou as inquietações dos excessos. São “as demais coisas” (o que comer, beber e vestir) de que Jesus falou, que nos são acrescentadas pelo nosso Pai (Mt 6.33).
A oração de Agur é a oração do contentamento. Jesus nos ensinou a orar pedindo “o pão nosso de cada dia” (Mt 6.11), e Paulo nos exorta a que estejamos contentes, satisfeitos em Deus, tendo o que comer e o que vestir (1Tm 6.8).
A vida financeira do cristão, portanto, não pode ser conforme a concupiscência da carne ou dos olhos, nem a soberba da vida deste mundo vil (1Jo 2.16). O homem que não busca em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, visa apenas o ganho, o lucro, o aumento de patrimônio e acúmulo de riquezas em contas bancárias. O mundo pode considerá-lo bem-sucedido, mas para Deus tal homem é um louco! (Lc 12.16-21).
O leitor da Bíblia precisa ter cautela, pois há promessas no Antigo Testamento, por exemplo, voltadas ao povo de Israel, ao remanescente fiel, de riquezas e honras na terra (Conf. Dt 28.1-14), que não se aplicam exatamente em todos os seus específicos aos cristãos, já que eram promessas ligadas a um pacto anterior ao da cruz.
Todavia, também é verdade que Deus pode conceder riquezas aos homens, conforme sua soberana vontade.
Ele pode dar cinco talentos a um, dois talentos a outro, e um talento a outro; “a cada um segundo a sua capacidade” (Mt 25.15). Jó reconhecia que todos os bens que ele possuía, foi “o Senhor quem deu” (Jó 1.21). A uns ricos, o Senhor empobrece; a uns pobres, o Senhor enriquece (1Sm 2.7).
E quando a crise nos atinge?
A combinação desses texto de 1 Samuel com o de Jó deve levar-nos a refletir uma séria realidade: nem sempre haverá o tão pretendido “equilíbrio financeiro” em nossas vidas, pois pode ser que por alguma adversidade da vida, crise econômica nacional ou provação do Senhor, nós experimentemos perca de bens e crise financeira.
A mulher do fluxo de sangue viu suas economias se esvaírem por causa de sua doença que se prolongava havia 12 anos (Mc 5.26); não é esta a realidade de muitas pessoas doentes ou que têm um enfermo em casa, com uma doença que tem consumido todos os rendimentos da família?
Habacuque estava consciente de que em virtude da crise moral que Judá estava vivendo uma outra crise abalaria aquele povo: a crise financeira por ocasião da invasão babilônica; de tal modo que o profeta exclama: “ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado…” (Hc 3.17).
Não temos nós vivido em nossos dias no Brasil a mais severa crise econômica das últimas décadas, na qual já se somam mais de 13 milhões de desempregados? Quantos agricultores, empresários ou empreendedores cristãos têm sofrido duros prejuízos com esta crise, a ponto de decretarem a falência de seus negócios, perturbando assim o equilíbrio financeiro que outrora viviam em família!
Quando a Bíblia diz “sete vezes cairá o justo” (Pv 24.16) não é “cair no pecado”, mas cair em calamidades, afinal, o mesmo sucede ao justo e ao ímpio (Ec 9.2).
O apóstolo Paulo sabia que dado seu chamado para as missões transculturais, o conforto financeiro não seria seu aliado constante. Como um bom missionário, Paulo precisava estar preparado tanto para “ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade” (Fp 4.12).
Semana passada estudamos sobre planejamento familiar. Combinada com a Lição de hoje, poderíamos dizer seguramente que todo casal deve prover-se de economias para o futuro, reconhecendo a instabilidade econômica do mundo. Todavia, precisa também estar ciente de que a vida não é um “mar de rosas”.
Os cônjuges quando diante do juiz e das testemunhas prometem ser fiel um ao outro, “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza” não o juram em vão! Que casal nunca foi provado nestas questões? Certamente ainda o será. Mas se forem fiéis um ao outro e a Deus acima de tudo, o Senhor sempre lhes dará o escape.
O importante para nós cristãos, porém, é saber que “a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lc 12.15), ou seja, a riqueza material de um homem não o define moral e espiritualmente.
O pecado não tem classe social, nem pode ser expurgado mediante oferecimento de alta soma de dinheiro (Sl 49.7,8; Sf 1.18: “Nem a sua prata nem o seu ouro poderão livrá-los no dia da ira do Senhor”)! Caráter e santidade não se compram.
A verdadeira prosperidade das finanças (que não deve se confundir com o enriquecimento), está baseada, creio, nesse tripé: TRABALHO, ECONOMIA E PARTILHA. Desenvolveremos melhor nos tópicos seguintes, mas já ressalvo que o equilíbrio que nos convém na vida financeira é: Nem cobiça, nem preguiça; nem ostentação, nem desleixo.
“Não rico, para não me desviar; nem pobre, para não roubar” – como assim?!
As palavras de Agur podem provocar incômodo no leitor pós-moderno, especialmente quando ele justifica seu pedido pelo básico da seguinte forma: “…Se não, tendo demais, eu te negaria e te deixaria, e diria: ‘Quem é o Senhor?’ Se eu ficasse pobre, poderia vir a roubar, desonrando assim o nome do meu Deus” (Pv 30.9).
É claro que não só precisamos remover os óculos do “politicamente correto” ao interpretar essa oração, como precisamos ainda avaliar que aí estão expressos os sentimentos pessoais daquele que ora. É óbvio que este texto bíblico não estabelece uma necessária relação direta entre “ter demais e negar a Deus” ou “ser pobre e vir a roubar”.
Há ricos que honram a Deus com suas fazendas ou a despeito delas. Lembra-se de Abraão, o patriarca a quem Deus fez enriquecer, ou de Jó, “o homem mais rico do oriente”? E das mulheres que auxiliavam Jesus em seu ministério? E de Lídia, a vendedora de púrpura? Ou José de Arimatéia? (Conf. Gn 13.2; Jó 1.1.3; Lc 8.1-3; At 16.14,15; Mt 27.57-60). É perfeitamente possível ser uma pessoa abastada financeiramente, provida de muitos bens, ser um empresário bem-sucedido, ou um profissional altamente qualificado e bem remunerado… e acima de tudo isso, ser um fiel servo do Senhor Jesus Cristo!
Por outro lado, também há pobres mui dignos a despeito de suas poucas provisões, que não veem na pobreza motivação alguma para o crime ou envolvimento com coisas ilícitas. Trabalham e confiam em Deus para prover todas as coisas, segundo as suas necessidades (1Pe 5.7). Por isso Salomão reconhece: “Melhor é o pobre que anda na sua integridade do que o perverso de lábios e tolo” (Pv 19.1).
O crime, como se vê na sociedade brasileira, não é praticado só por pessoas pobres. Na verdade, os maiores roubos feitos nesta nação, vieram justamente de pessoas ricas, poderosas e influentes, que não sofriam necessidade de pão, nem passavam fome, mas que tomados pela ganância e avareza, buscaram ilicitamente riquezas para si: entrando em acordos ilegais, corrupção política ou superfaturação de contratos.
Políticos e empresários, não os pobres, é que têm promovido um verdadeiro saque aos cofres públicos do nosso país!
Todavia, o pedido de Agur, acompanhado de sua justificativa, é compreensível porque, embora não haja uma relação necessária entre riqueza e incredulidade ou pobreza e criminalidade, é empiricamente perceptível que há sim pobres que cedem às ciladas para o roubo em razão da sua necessidade, enquanto há também ricos que se afastam de Deus colocando seus corações nas riquezas.
Agur que sabia a fragilidade de seu próprio coração, queria não correr o risco nem de um lado, nem de outro. Assim, pede a Deus apenas o básico para viver, nem o luxo nem a miséria.
Mas ninguém poderia condenar, em virtude desta oração particular de Agur, um homem ou mulher que pedisse a Deus riquezas para melhor servir sua família, servir a obra missionária ou investir em serviços sociais em prol dos menos favorecidos na sociedade. Deus é quem sonda as intenções de cada coração!
Meios honestos para ganhar dinheiro
Meios extraordinários e meio ordinário
Um homem pode herdar bens de seus pais ou avós, ganhar um processo na justiça do qual ele experimente uma reviravolta em suas economias, receber uma indenização, ou até ter a sorte de ganhar um grande prêmio que lhe dê folga financeira por muitos anos.
Estes são meios extraordinários (fora do comum) para se obter dinheiro.
Todavia, o trabalho é o meio ordinário (comum) estabelecido por Deus para a nossa provisão diária: “Esforcem-se para ter uma vida tranquila, cuidar dos seus próprios negócios e trabalhar com as próprias mãos, como nós os instruímos” (1Ts 4.11).
Aos que já cumpriram toda sua jornada de trabalho ao longo dos anos, a aposentadoria na velhice é justa; aos que em virtude de uma doença grave ou acidente se veem impossibilitados de trabalhar, auxílios e indenizações são igualmente fontes justas de provisão.
Cuidado com a cobiça
Há quem vive correndo atrás de ilusões, se envolvendo em apostas ou entrando em negócios ilícitos, aspirando uma súbita ascensão social, que não por meio do trabalho digno e paulatino.
Ponderemos a sabedoria dos Provérbios: “Quem trabalha a sua terra terá fartura de alimento, mas quem vai atrás de fantasias não tem juízo” (Pv 12.11).
Quantos crentes há que não dizimam nem ofertam em suas igrejas, mas não perdem de comprar uma Tele-sena do Silvio Santos?
Quantos há que nunca pegam o cofrinho missionário para ajudar os que propagam o Evangelho, mas não perdem de apostar no jogo do bicho quando voltam do trabalho pra casa nos finais de semana. Correndo atrás de fantasias!
“Vou viver só pela fé”. Mas pela fé de quem?
Há outros que dizem ter sido chamados para “viver só da obra”, quando não receberam de Deus nenhuma chamada para a dedicação exclusiva à Igreja.
Há, creio, pessoas a quem Deus chamou, confirmou e colocou para o serviço exclusivo no Reino de Deus, e o fazem com zelo e dedicação, gerando frutos para uma igreja local ou no serviço itinerante.
Há homens e mulheres que merecem o nosso respeito e com os quais é lícito repartir dos nossos bens (Gl 6.6).
Todavia, os que buscam apenas se locupletar na igreja, espoliando os crentes com pregações vazias de conteúdo bíblico e saturadas de distorções doutrinárias, músicas de péssima qualidade, ou entretenimento profano que confunde a Igreja do Senhor com teatro, estes buscam viver da fé dos outros, verdadeiras sanguessugas! Aos tais, que pese a famosa recomendação de Salomão: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso” (Pv 6.6).
O apóstolo Paulo, sabendo que havia aproveitadores na igreja, mentes preguiçosas e ociosas que queriam viver às custas dos outros em nome da fé (embora na prática vivessem contrário à ela), adverte severamente: “Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também” (2Ts 3.10).
Ao menos até a geração de crentes seguinte este bom ensino apostólico foi preservado, como se vê no famoso documento cristão Didaquê (escrito possivelmente entre 60 d.C. e 90 d.C.), quando em seu décimo primeiro capítulo adverte: “Se alguém disser sob inspiração: ‘Dê-me dinheiro’ ou qualquer outra coisa, não o escutem. Porém, se ele pedir para dar a outros necessitados, então ninguém o julgue” (Didaquê 11.12).
O trabalho é ordenado como meio de sustento: “Se [alguém] quiser se estabelecer e tiver uma profissão, então que trabalhe para se sustentar” (12.3). Muambeiros da fé não gozavam de prestígio naquela geração de crentes: “Se não quiser conformar-se com isto, é um que quer fazer negócios com o cristianismo. Acautelai-vos contra tal gente” (12.5).
Como administrar o dinheiro
O famoso pregador inglês John Wesley nos ensina um método interessante para a verdadeira prosperidade financeira, e que é bíblica, ressaltando inclusive a generosidade para com os que estiverem em necessidade.
Dizia aquele pregador metodista: “Tendo ganhado e economizado, em um sentido correto, tudo que puderem; a despeito da natureza, costume, e prudência mundana, deem tudo que vocês puderem”. Vou chamar esse método de “O GPS de Wesley”:
- Ganhar o máximo possível,
- Poupar o máximo possível,
- Servir o máximo possível.
Fidelidade e adoração ao Senhor
São palavras do sábio Salomão: “Honra ao Senhor com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos; e se encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares” (Pv 3.9,10).
Mais do que participar do orçamento da igreja local e servir à assistência social da congregação, ofertar e dizimar com regularidade na igreja é demonstrar fidelidade, adoração e gratidão ao Senhor, reconhecendo ser Ele o dono de tudo e excelso provedor para as nossas necessidades. É honrar a Deus, que é dono do ouro e da prata (Ag 2.8).
Assim, portanto, nossa participação no culto público deve envolver também nossa adoração por meio da entrega de nossos bens ao Senhor.
Ainda que estes bens, como nos dias dos sacerdotes, serão administrados pelos líderes do rebanho, não para enriquecimento pessoal (os que assim o fazem, como Judas que saqueava o tesouro de Cristo, sofrerão dura punição!), mas para “mantimento na casa do Senhor” (Ml 3.10), em prol da manutenção da obra local, do socorro aos irmãos da fé que estiverem em necessidade e para expansão de novas frentes de trabalho evangelístico.
Provisão pessoal, familiar e social
No sermão O perigo das riquezas, pregado no século 18, Wesley traz tão vigoroso conselho para a correta administração dos bens, que, a despeito dos séculos passados, continua sendo um conselho útil para os nossos dias, a fim de que administremos com responsabilidade e fidelidade as finanças das quais o Supremo Benfeitor nos tem provido.
“Se vocês desejam ser ‘mordomos fiéis e sábios’, daquela porção dos bens do seu Senhor, que Ele tem, no momento, depositado em suas mãos, a não ser com a correta retomada; quando quer que agrade a ele:
(1) Providencie as coisas necessárias para vocês mesmos; alimento para comer, vestimenta para colocar; o que quer que a natureza moderadamente requeira, para preservar vocês na saúde e força.
(2) Providenciem esses para a sua esposa, seus filhos, seus servos, ou alguns outros que pertençam à sua casa. Se, quando isto for feito, existir algum excedente, então faça o bem ‘àqueles que são da família da fé’. Se ainda existir um excedente, ‘quando tiverem oportunidade, façam o bem a todos os homens’. Em assim fazendo, vocês dão a todos o que vocês podem; mais do que isto, em um sentido profundo, tudo o que vocês têm. Porque tudo que é colocado desta maneira, é realmente dado a Deus.
Vocês retribuem a Deus as coisas que são de Deus; não apenas através do que vocês dão aos pobres, mas também, através do que você gasta, no providenciar as coisas necessárias para si mesmo e sua casa”.
O livro dos Provérbios ensina que no tocante à partilha “O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio receberá” (Pv 11.25, NVI).
Mas infelizmente, três coisas impedem os crentes de serem generosos na partilha de seus bens:
- Egoísmo. O egoísta pensa que só ele tem problemas a serem resolvidos. Ele não faz caso da necessidade do outro. Falta-lhe empatia para sentir a dor do outro e amor para socorrê-lo.
- Avareza. O avarento ama acumular, guardar e ostentar bens, mas é avesso à ideia da partilha, especialmente quando esta não redunda em lucros imediatos para ele.
- Incredulidade. O incrédulo não crê que se repartir com o outro que precisa, Deus multiplicará e proverá tudo para ele. Porque não crê na multiplicação, não faz a divisão.
Que Deus remova o egoísmo, a avareza e a incredulidade do seu povo! E que Ele nos dê um coração amável e generoso para servirmos uns aos outros.
Ética cristã e o problema do endividamento
“Nunca diga a outra pessoa: ‘Passe aqui amanhã e eu lhe darei isso’, se você puder fazer agora mesmo” (Pv 3.28, Viva)
Embora o Provérbio acima esteja diretamente relacionado à prontidão para socorrer o que está em necessidade, creio que sem ferir o texto é perfeitamente possível aplicá-lo à questão das dívidas, uma área onde não poucos crentes estão faltando com a ética!
O problema de muita gente – inclusive crentes! – é estarem sempre adiando a solução que pode ser ministrada de imediato.
Ficam a protelar pagamentos e descumprir acordos, apesar de ter em mãos as condições para saldar a dívida; e, diga-se de passagem, muitas vezes uma dívida com outro irmão na fé que igualmente necessita daquele valor. Não poucos comerciantes crentes estão “quebrando” porque os clientes crentes não estão pagando! Parece que a “fé” virou justificativa pra irresponsabilidade.
Endividamento é um mal que todo mundo pode sofrer ainda que contra a vontade, especialmente em tempos de crise como o que vivemos e ainda mais com esta alta taxa de desemprego (“o que sucede ao ímpio, sucede ao justo”).
Todavia a procrastinação da dívida quando se está em seu poder saldá-la revela: descontrole e até a maldade oculta no coração, especialmente se o devedor utiliza o valor que está em seu poder para consumir futilidades ou quando não demonstra nenhuma boa vontade para a negociação – e há aqueles que são tão irresponsáveis que chegam a dizer jocosamente: “que Deus te pague”.
“Não digas ao seu próximo: ‘te darei amanhã’, se podes fazê-lo agora”, dizem as Escrituras a muitos ouvidos neste dia!
Ouvirão ou se farão de surdos? É triste, mas há até mesmo pastores atolados em dívidas, sem credibilidade até pra comprar pão na padaria vizinha de sua casa, porque a fama de “trambiqueiro” se lhe impregnou.
Como Eliseu disse à mulher viúva, após o milagre da multiplicação do azeite: “Agora vá, venda o azeite pague a sua dívida e tu e teu filho vivei do resto” (2Re 4.7). Deus te abençoou? Deus te abriu uma porta? O valor para saldar a dívida chegou em suas mãos? Tens condições de fazer isto hoje? Então, “Não deixes para amanhã o que podes (e deves!) fazer hoje”. Paga a tua dívida! Dai a César o que é de César, e a ninguém devais coisa alguma a não ser o amor… (Rm 13.8 – este texto não é contra o comprar parcelado, mas contra a falta de compromisso no pagamento das dívidas).
Mentirosos não herdarão o reino dos céus. Considera isto, especialmente tu que te viciastes no endividamento desnecessário, nas desculpas esfarrapadas ou na troca de chips de celular para não seres encontrado por teu credor. Deus tudo vê!