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O que é Teologia da Prosperidade e quais seus representantes no Brasil
O movimento tem ganhado muitos adeptos nas últimas décadas e atrai multidões
Na década de 80 o Brasil foi tomado por um movimento que atraiu e ainda atrai milhares de pessoas para as igrejas evangélicas, mas pouca gente conhece a fundo a história da teologia da prosperidade.
O pioneiro desse movimento foi o pastor Essek M. Kenyon(1867-1948), mas o maior divulgador foi Kenneth Hagin (1917-2003). A teologia da prosperidade busca a interpretação de uma série de textos bíblicos para fazer com que os fiéis entendam que Deus tem saúde e bênçãos materiais para entregar ao seu povo.
O teólogo Zwnglio Rodrigues recorda um trecho do livro “O Nome de Jesus” escrito por Hagin: “Por que, pois o diabo – a depressão, a opressão, os demônios, as enfermidades, e tudo mais que provém do diabo – está dominando tantos cristãos e até mesmo igrejas? É porque não sabem o que pertence a eles. (1999, p. 37)”.
Rodrigues explica que quando o autor diz que o povo não sabe o que lhes pertencem quer dizer que desconhecem seus direitos. Os pastores da teologia da prosperidade tentam ensinar esse conhecimento aos seguidores.
“É a respeito do desfrute destas coisas [saúde e prosperidade] que os cristãos mantêm-se ignorantes, dizem os pregadores da confissão positiva”, lembra o teólogo.
As igrejas que pregam a Teologia da Prosperidade
A prova de que a Teologia da Prosperidade tem atraído cada vez mais fiéis é o crescimento das igrejas neopentecostais que a disseminam, entre elas pode citar a Internacional da Graça de Deus, Universal do Reino de Deus, Renascer em Cristo e Igreja Mundial do Poder de Deus.
Algumas igrejas pentecostais também estão entrando nessa linha, um exemplo disso são as recentes pregações de um dos maiores ícones deste segmento o pastor Silas Malafaia. Outro ícone do pentecostalismo que aparece nos sites de busca como simpatizante dessa doutrina é o pastor Marco Feliciano que nega ser um defensor da TP.
“Não sou adepto dessa desgraça, não! Sou assembleiano roxo!”, disse Feliciano que explica a diferença da sua pregação para a teologia da prosperidade. “Teologia da Prosperidade, não pode ser comparada com a Prosperidade que vem da Teologia. Existe na palavra centenas de afirmações sobre a benção que enriquece, que o Senhor é dono do ouro e da prata, que a prosperidade vem ao fiel”, diz.
Apesar de crer que a prosperidade é dom de Deus, Feliciano diz que é contra a massificação desse ensino. “Sou contra a massificação desse ensino, usando-o como método abusivo de ‘colheita’, tipo, lavagem cerebral para enganar os incautos.”
Ele também acredita na benção que vem através do dízimo e da oferta, mas diz que essas sementes precisam ser lançadas em um ministério sério. “Eu creio na benção que vem ao dizimista, ao ofertante e ao sacrificante. Quem planta colhe, quem não planta não colhe, quem planta muito colhe muito, quem planta pouco colhe pouco… Todavia só se colhe quando se planta em um solo fértil! Ministério sério.”
Contraposições
Enquanto muitas pessoas acreditam e correm para as igrejas em busca de saúde e bênçãos materiais, estudiosos e pastores caminham em contramão tentando alertar os perigos que esses ensinamentos podem trazer. “O sucesso numérico das denominações que são legítimas e fiéis representantes da TP no Brasil se dá exatamente por causa das promessas de saúde e prosperidade que são oferecidas e dadas como certas. Apelos desta natureza só podem redundar em uma aglomeração numerosa de fiéis, pois eles cativam facilmente aqueles que pensam ser o sucesso financeiro e a saúde o summum bonum (o bem maior) da vida”, diz Zwnglio Rodrigues.
O teólogo cita o versículo de Tiago 1:2 (Meus irmãos, tende por motivo de toda a alegria o passardes por várias provações.) e ensina o que esse texto quer dizer. “O vocábulo “várias”, no grego, é poikilos e pode ser traduzido por “multicolorido”. Em outras palavras, o cristão pode sofrer provações de todas as matizes. Ora, nesse universo policromático há de tudo, inclusive doença e falta de dinheiro.”
O problema desse movimento, segundo Rodrigues é que o “deleite não está no Senhor, mas no(s) serviço(s) que Ele, supostamente, se habilita a prestar”.