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O que foi o genocídio armênio promovido pelo Império Otomano
Biden reconhece o massacre dos armênios na Primeira Guerra Mundial.
Neste sábado (24) o presidente dos EUA, Joe Biden, declarou o ataque do Imperio Otomano contra os armêsnios um “genocídio”, que ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial. A declaração pode gerar desavenças entre as relações diplomáticas do país com a Turquia.
Para entender o que é genocídio, é só ver o que diz o artigo número 2 da Convenção de Viena, em dezembro de 1948, que define como ações com intuito de “destruir, parcial ou totalmente, um grupo étnico, racial, religioso ou nacional”.
O termo “genocídio”, é usado então para descrever o extermínio de um grupo étnico e a tentativa que eliminar a sua cultura, da mesma forma é usado para se referir ao aniquilamento dos judeus pelo nazismo ou o massacre de tutsis em Ruanda nos anos de 1990.
Como aconteceu o genocídio?
O Império Otomano era comandado pelos muçulmanos, porém incluía muitos grupos étnicos de religiões diferentes, um deles eram os cristãos armênios, isso no início do século XX.
Já em 1908, surgiu um movimento entre os oficiais das Forças Armadas chamados de “Jovens Turcos”, que tomou o poder para modernizar e fortalecer o império, porém seu grupo Comitê de Unidade de Progresso (CUP), começou a impor vários medidas nacionalistas, inclusive contra os armênios.
O CUP entrou para a Primeira Guerra Mundial ao lado da Alemanha em 1914, o Império Otomano convocou os armênios, porém muitos armênios nacionalistas cooperaram com os inimigos russos. Os Jovens Turcos começaram a ver os armênios como uma ameaça.
Em 24 de abril de 1915, mais de 200 intelectuais e líderes comunitários armênios foram presos pelo governo otomado e executados, depois que os Jovens Turcos derrotaram as forças russas.
Nesse período, milhares de homens, mulheres e crianças armênias foram mortos, alguns historiadores afirmam a morte de 600 mil vítimas, enquanto outros estimam cerca de 1,5 milhões de armênios mortos pelos turcos.
A declaração de Joe Biden
Biden usou a data marcada 24/04 pela comunidade armênia ao redor do mundo paara declarar o genocídio, uma reinvindicação antiga dos defensores dos direitos humanos e também dos armênios que vivem em solo americano.
“Todos os anos, neste dia, nós lembramos as vidas de todos aqueles que morreram no genocídio armênio durante a era otomana e reafirmamos o compromisso de evitar que tal atrocidade jamais ocorra novamente”, disse Biden.
“A partir de 24 de abril de 1915, com a prisão de intelectuais e líderes comunitários armênios em Constantinopla por autoridades otomanas, 1,5 milhão de armênios foram deportados, massacrados ou marcharam para suas mortes em uma campanha de extermínio”, continuou.
“Dos que sobreviveram, muitos foram forçados a encontrar novos lares e novas vidas ao redor do mundo, incluindo nos Estados Unidos”, concluiu o presidente.