“Os líderes evangélicos devem combater a corrupção”, diz Claudio Martins

Aos 65 anos, o pastor Claudio Martins é o líder internacional da Frente Política Cristã, um grupo que integra o polêmico líder político Roberto Jefferson, presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Casado há 43 anos, o pastor tem três filhos e uma neta e vive há 30 anos nos Estados Unidos, mas afirma que não se desligou do Brasil e que continua com seu coração verde e amarelo.

Claudio Martins é ligado a Igreja Assembleia de Deus e tem mais de 30 anos de ministério. Sem filiação partidária, ele quer formar um grupo forte para tentar “mudar a nossa nação para sempre”.

Sobre a Frente Política Cristã, Martins diz que o objetivo é “promover a união dos cristãos na defesa dos nossos valores de forma integrada e estratégica”. Ele diz que a frente é suprapartidária e interdenominacional.

Em entrevista exclusiva ao Gospel Prime, o pastor disse que a Frente Política Cristã defende “os valores cristãos na política, na gestão pública e na atuação de cada cidadão”.

Leia na íntegra:

O que é a Frente Política Cristã?

A Frente Política Cristã se inspirou na Aliança Cristã Internacional com o objetivo de promover a união dos cristãos na defesa dos nossos valores de forma integrada e estratégica. É suprapartidária e interdenominacional. A visão é de que se os cerca de 30% de cristãos evangélicos se unirem, superando as diferenças e focando no que de fato nos une, podemos mudar a nossa nação para sempre.

Quais são as pautas defendidas pela Frente Política Cristã?

A Frente Política Cristã defende os valores cristãos na política, na gestão pública e na atuação de cada cidadão.

Existem outros grupos que atuam na política para defender pautas conservadoras. Por que criar mais um grupo?

A Frente Política Cristã nasceu depois de uma oração, portanto o foco é unidade, não divisão. Assim, a Frente não representa mais um grupo, mas busca promover a união de todos os grupos existentes para que, cada um com seus instrumentos e influências, possam trabalhar de forma coesa na direção de, conjuntamente e somando esforços, chegarmos aos nossos objetivos. A Frente não se propõe comandar os grupos existentes, mas incentivá-los ao trabalho independente e autônomo de cada um, de forma unida com os demais.

Acredita que os conservadores ainda não estão bem representados no debate público?

A representatividade melhoraria se houvesse atuação unânime, firme e mais focada.

Como o senhor avalia a relação entre política e igreja?

A igreja deve influenciar na política, mas a política não deve influenciar na igreja. A Igreja está ligada, é comandada pelos céus, não por governantes da terra. Cumprimos as leis como cidadãos, mas espiritualmente seguimos as leis de Deus.

Pastores devem se posicionar politicamente?

Pastores são líderes e devem influenciar seus liderados. Para a igreja influir na política, os pastores devem ter boa formação política e influenciar seus liderados.

A Igreja pode ser influenciada pela polarização política?

Não. A igreja deve influenciar em todas as áreas da sociedade que atua, inclusive na política, mas não deve fugir dos princípios bíblicos por qualquer tipo de influência. Ou seja, a igreja deve influenciar na política, mas não convém que a política influencie a igreja.

Qual deve ser a posição dos líderes evangélicos diante da corrupção no Brasil?

Os líderes evangélicos devem combater a corrupção e ensinar os seus membros e liderados a serem corretos com seu país, com seu povo, com seus chefes, com seus subordinados, com seus clientes etc. A correção nas atitudes do cristão não é só por causa da lei dos homens, mas, principalmente e primeiramente, por conta da lei de Deus.