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Ovos de Páscoa? Como assim?

Todo cristão deve ter o cuidado de não se deixar levar por determinadas tradições humanas que, em nada, glorificam a Deus (1 Co 10.31).

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No Brasil, é comum vermos muitas pessoas comprarem ovos de chocolate – comumente chamados de “ovos de Páscoa” – e pensarem que estão vivenciando a verdadeira Páscoa. Em muitas escolas, por exemplo, sequer o Cordeiro (Jo 1.29) é lembrado, enquanto que o coelho ganha notoriedade. Pensando nesse engano, discorreremos sobre essa instituição divina.

Você já viu ou conhece qualquer história sobre alguma coelha que botou ovo? Creio que não. Coelhas não produzem ovos, porém o marketing empresarial costuma ligar ovos de chocolate a esses animais, para obter lucro, já que nesse período muitas pessoas se voltam para esse tipo de produto alimentício. A bem da verdade, os coelhos são mamíferos, e não ovíparos.

O que um ovo de chocolate tem a ver com a Páscoa? Nada! Por isso, todo cristão deve ter o cuidado de não se deixar levar por determinadas tradições humanas que, em nada, glorificam a Deus (1 Co 10.31). Não quero dizer com isso que devemos abominar os ovos de chocolate, pois nada mais são do que chocolate em formato de ovos. Nada mais que isso. Se entendermos que esse produto não tem nada a ver com a verdadeira Páscoa, estaremos sendo maduros para cumprirmos a vontade de Deus e não sermos levados por rudimentos do mundo (Cl 2.20-23).
No capítulo 12 de Êxodo vemos a instituição da primeira Páscoa. Prestes a saírem do Egito, no décimo quarto dia do primeiro mês (Abibe), os israelitas realizaram a cerimônia da Páscoa. E, nessa ocasião, os elementos de celebração envolvidos eram: um cordeiro ou cabrito de um ano sem defeito (v. 3-5), o sangue do animal (v. 7), pães asmos (v. 8), ervas amargas (v. 8). Podemos observar, pelos elementos alistados, a ausência do coelho, que, na verdade, de acordo com Levítico 11.5, era ritualmente impuro: “o coelho, porque remói, mas não tem as unhas fendidas; este vos será imundo”.

No Novo Testamento, vemos Jesus convocando os seus discípulos para a celebração da Páscoa em um cenáculo mobilado. Contudo, o Senhor não utilizou um cordeiro de um ano, ervas amargas, nem sangue, mas o “pão e o vinho”. Na realidade, Jesus seria o próprio Cordeiro, como disse João Batista: “No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1.29).

Sobre o simbolismo do pão, Jesus disse: “Tomai, comei, isto é o meu corpo” (Mt 26.26). Sobre o vinho, disse: “Bebei dele todos. Porque isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento [Nova Aliança], que é derramado por muitos, para a remissão dos pecados” (Mt 26.27-28, grifo nosso). Novamente não vemos menção de coelho na Páscoa celebrada por Jesus e seus discípulos.

Diante do exposto, claramente entendemos que o “ovo de Páscoa” não existe. Em nenhum momento a Bíblia faz menção da presença do coelho nessa instituição divina, tanto no Velho quanto no Novo Testamento.

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