história da igreja

Há 25 anos, papa João Paulo II pedia perdão pela execução do reformador Jan Hus

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No dia 17 de dezembro de 1999, o papa João Paulo II fez um pedido formal de desculpas em nome da Igreja Católica pela execução de Jan Hus, reformador cristão condenado à morte no Concílio de Constança, em 1415.

Hus foi queimado na fogueira em 06 de julho de 1415 sob acusações de heresia por defender visões teológicas que mais tarde seriam centrais à Reforma Protestante.

O pronunciamento ocorreu durante um simpósio internacional dedicado à memória de Jan Hus, em um contexto que visava reconciliação histórica e diálogo entre a Igreja Católica e as tradições cristãs reformadas.

Em suas palavras, João Paulo II reconheceu a injustiça cometida, expressando arrependimento pela “morte cruel infligida” ao reformador.

O pontífice destacou a necessidade de cura das divisões históricas, apelando à unidade dos cristãos. Ele citou a carta de Efésios 2:14, ao afirmar: “Nosso Senhor Jesus Cristo, ‘que é a nossa paz… e derrubou o muro de separação da inimizade’, guie o caminho da história do seu povo em direção à unidade redescoberta de todos os cristãos”.

João Paulo II também abordou o papel da verdade no processo de reconciliação, afirmando: “A verdade também pode ser desconfortável quando nos pede para abandonar preconceitos e estereótipos de longa data. Isso é tão verdadeiro para igrejas, comunidades eclesiais e religiões quanto para nações e indivíduos. No entanto, a verdade que nos liberta do erro é também a verdade que nos liberta para o amor”.

O pedido de desculpas de João Paulo II representou um marco significativo na busca pela unidade entre católicos e protestantes, lançando luz sobre a importância de reconhecer os erros do passado.

Esse gesto se alinhou à proposta do Grande Jubileu do Ano 2000, quando o pontífice buscou reconciliar a Igreja com eventos históricos controversos.

Jan Hus, que foi influenciado pelos ensinamentos de John Wycliffe, defendia uma reforma moral e espiritual da Igreja no século XV. Suas ideias, como a pregação na língua comum e a crítica à venda de indulgências, anteciparam temas centrais que seriam aprofundados por reformadores como Martinho Lutero no século XVI.

O evento de 17 de dezembro de 1999, portanto, simbolizou um momento de reflexão histórica sobre os excessos cometidos pela Igreja Católica na repressão ao nascente movimento que se tornaria a Reforma Protestante.

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