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Pastor encoraja fiéis à ‘pureza’ e alerta contra nudez na mídia

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O pastor e escritor John Piper, de 79 anos, pediu aos cristãos que adotem o que chamou de “pureza radical” em uma cultura marcada pela sexualização. Em episódio recente de seu podcast, ele declarou que tomou a decisão de nunca assistir intencionalmente a filmes, séries, sites ou revistas que contenham nudez.

“Quanto mais me aproximo da morte e de encontrar Jesus pessoalmente, face a face, e prestar contas da minha vida e das palavras descuidadas que proferi — e quanto mais dos olhares intencionais — mais certeza tenho da minha decisão de nunca olhar intencionalmente para um programa de TV, um filme, um site ou uma revista onde sei que verei fotos ou filmes de nudez. Nunca”, afirmou Piper. “E quanto mais perto estou da morte, melhor me sinto em relação a isso e mais comprometido me torno”.

Fundamento bíblico

Piper explicou que sua posição não está baseada em legalismo, mas em viver a liberdade conquistada por Cristo. Citando Tito 2:14, ele ressaltou: “Jesus morreu para me purificar. Ele morreu para purificar seu povo. É uma completa farsa da cruz tratá-la como se Jesus tivesse morrido apenas para nos perdoar pelo pecado de assistir à nudez e não para nos purificar para termos o poder de não assisti-la”.

Ele destacou a ordem bíblica entre justificação e santificação, lembrando que primeiro o pecado é cancelado pelo sangue de Cristo, e em seguida o Espírito Santo conduz o crente a vencer o pecado. Para Piper, essa sequência motiva os cristãos a resistirem especialmente aos “pecados dos olhos e do coração”, referindo-se às palavras de Jesus em Mateus 5:28-29, que equipara a luxúria ao adultério.

Cultura e desafio cristão

O pastor observou que a mídia ocidental normaliza a luxúria por meio de propagandas, videoclipes, influenciadores e produções de streaming. “Quero convidar, francamente, todos os cristãos a se juntarem a mim nesta busca por maior pureza de coração e mente”, declarou. “Em nossos dias, quando a mídia de entretenimento é praticamente a língua franca do mundo, este é um convite para ser um alienígena. E acredito de todo o coração que o que o mundo precisa é de alienígenas radicalmente ousados, abnegadamente amorosos e apaixonados por Deus”.

Segundo Piper, apoiar ou desfrutar de impureza seria “como enfiar uma lança no lado de Jesus”. Ele apresentou 12 razões para rejeitar qualquer exposição à nudez na mídia, entre elas o chamado bíblico à santidade (1 Pedro 1:15) e a convicção de que a pureza promove maior intimidade com Deus (Mateus 5:8).

Realidade da indústria

Piper argumentou que a nudez em produções audiovisuais não é fictícia: “Essas atrizes ficam realmente nuas na frente das câmeras, fazendo exatamente o que o diretor diz”. Ele comparou a prática à exibição pública, reforçando que o sexo é uma dádiva sagrada reservada ao casamento, e não “um esporte para espectadores”.

O autor também criticou a justificativa de que a nudez seria necessária para mérito artístico, afirmando que muitos cristãos agem de forma incoerente ao assistir cenas que não aceitariam que suas filhas protagonizassem. Citando Romanos 14:23, alertou: “Se duvidarem, não duvidem”.

Debate no meio cristão

Embora algumas produções tenham reduzido a frequência de cenas eróticas, levantamento de 2022 do Parents Television and Media Council apontou que a exposição de genitais masculinos aumentou em séries como Euphoria (HBO). Outras produções conhecidas, como The White Lotus, Hunting Wives (Netflix) e Game of Thrones, também apresentaram nudez explícita.

Entre os que defendem uma postura mais permissiva está o escritor Andrew Klavan, que em entrevista ao The Christian Post, afirmou: “As artes devem preencher seu coração com toda a experiência humana, para que, quando você confrontar a escuridão real, não se surpreenda com ela”.

Já o pastor e músico Trip Lee, em entrevista de 2015 ao ministério Desiring God, adotou posição semelhante à de Piper, pedindo que cristãos rejeitem qualquer conteúdo sexual explícito, mesmo em obras aclamadas. “Isso realmente pode prejudicar nossas almas. Pode provocar luxúria e desejos em nossos corações. E isso pode levar a coisas ainda mais explícitas. Simplesmente não quero deixar espaço para isso na minha vida”.

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