Robert Morris, fundador da Gateway Church em Southlake, Texas, se apresentou formalmente à Polícia na manhã de segunda-feira, 17 de março, após ser indiciado por um grande júri por cinco acusações de atos obscenos ou indecentes com uma criança.
As acusações são baseadas em declarações feitas por Cindy Clemishire, de 54 anos, que, em junho do ano passado, afirmou ter sido abusada sexualmente por Morris durante vários anos na década de 1980, quando ele atuava como evangelista itinerante. Clemishire relatou que o abuso começou quando ela tinha 12 anos.
O indiciamento ocorreu na quarta-feira da semana passada. Documentos da prisão indicam que Morris foi formalmente autuado às 7h57 e liberado às 8h11, após pagar uma fiança de US$ 50 mil no Gabinete do Xerife do Condado de Osage, em Oklahoma.
O advogado de Morris, Mack Martin, se recusou a comentar sobre as acusações, mas informou à agência Associated Press que o pastor se declarará inocente durante a audiência marcada.
A rendição de Morris ocorreu poucas horas após a Gateway Church se distanciar de seu ex-líder. Nic Lesmeister, pastor executivo de alcance global da igreja, reafirmou em discurso no domingo que Morris, que renunciou à igreja devido às alegações, não mantém mais vínculo formal com a instituição.
Lesmeister explicou: “Em novembro passado, nossos presbíteros deixaram claro que tínhamos traçado uma linha clara como igreja e que estávamos seguindo em frente. A Gateway não está mais envolvida nessa questão legal e não continuaremos a atualizá-los sobre os procedimentos do caso”.
Após o indiciamento, o procurador-geral de Oklahoma, Gentner Drummond, comentou que os supostos crimes de Morris eram “ainda mais desprezíveis” porque ocorreram enquanto ele era pastor. Drummond afirmou: “Não pode haver tolerância para aqueles que abusam sexualmente de crianças. Este caso é ainda mais desprezível porque o suposto perpetrador era um pastor que explorou sua posição”.
Em 2005 e 2007, Drummond tentou negociar um acordo com Morris para Clemishire, mas Morris supostamente se recusou a oferecer assistência a menos que ela assinasse um acordo de não divulgação.
Quase 43 anos após os supostos abusos, Clemishire declarou ao The Christian Post: “Agora, é hora do sistema legal responsabilizá-lo. Minha família e eu somos profundamente gratos às autoridades que trabalharam incansavelmente para tornar este dia possível e continuamos esperançosos de que a justiça finalmente prevalecerá.”