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Pastores reagem à prisão de Bolsonaro: ‘Escalada da tirania’

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A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gerou forte repercussão entre líderes evangélicos e políticos conservadores nesta sexta-feira, 18 de julho. A medida impôs ao ex-mandatário o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de uso de redes sociais e a vedação de contato com o filho Eduardo Bolsonaro, atualmente fora do país.

A fundamentação da ordem, segundo Moraes, tem relação com o impacto de ações internacionais — especialmente uma recente sanção imposta pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil — cuja responsabilidade, segundo ele, recairia sobre Jair Bolsonaro. A decisão foi interpretada por líderes cristãos e parlamentares aliados como sinal de autoritarismo e perseguição política.

Pastores apontam censura no Brasil

O pastor Judiclay Santos, da Igreja Batista do Jardim Botânico (RJ) e diretor da editora evangélica Pro Nobis, classificou os atos como expressão de abuso institucional:

“A escalada da tirania fica evidente no abuso de autoridade, violação de direitos humanos, intimidação, prisões arbitrárias, processos jurídicos eivados de erro, ilegalidades, censura e perseguição política. Tudo isso é uma triste realidade. O consórcio do mal, endossado pela mídia prostituta, está empurrando o país para o abismo. Que o Deus vivo, o justo Juiz de toda terra, derrube a tirania e livre o Brasil”, publicou em sua conta no Instagram.

Renato Vargens, pastor da Igreja Cristã da Aliança em Niterói (RJ), fez alusão à censura imposta judicialmente:

“Não é a Venezuela, é o Brasil que virou uma distopia onde o pai está proibido pela justiça de falar com o próprio filho”.

O missionário norte-americano Jay Bauman, pastor da filial brasileira da First Baptist Church of Orlando, também condenou as medidas judiciais:

“Num país dominado pela censura de opiniões divergentes por parte de criminosos no poder, as ações de hoje são surpreendentes?”

O reverendo Allen Porto, da Igreja Presbiteriana de Barretos (SP), foi sucinto e irônico ao comentar o cenário nacional:

“Democracia pujante”, escreveu.

Já o pastor Yago Martins, da Igreja Batista Maanaim (CE) e criador do canal Dois Dedos de Teologia, adotou uma postura crítica tanto a Bolsonaro quanto ao Judiciário, enfatizando o juízo divino:

“Bolsonaro é um bandido e está sendo perseguido por um presidente bandido que usa um juiz bandido. Um dia todos eles vão prestar contas a Deus”.

Parlamentares e governadores

Entre os políticos de alinhamento cristão e conservador, a decisão do STF também foi fortemente criticada. O deputado federal Marco Feliciano (PL-SP), pastor da Assembleia de Deus, afirmou:

“Nosso presidente Jair Bolsonaro nos avisou. Nos alertou. E vivemos pra ver se cumprir. Estamos a passos largos de nos tornar uma Venezuela”.

A vereadora Sonaira Fernandes (PL-SP), também de confissão evangélica, publicou uma mensagem de esperança:

“Lembrem-se sempre: não há mal que dure para sempre”.

O líder da bancada do PL na Câmara, deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), convocou mobilizações:

“Brasil nas ruas Já!”, escreveu em suas redes.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), um dos principais aliados de Bolsonaro, declarou:

“Não conheço ninguém que ame mais este país, que tenha se sacrificado mais por uma causa, quanto Jair Bolsonaro. Não imagino a dor de não poder falar com um filho. Mas se as humilhações trazem tristeza, o tempo trará a justiça”.

Também se manifestou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO-MG), que classificou a decisão como ilegal:

“Mais um ato absurdo de perseguição política a Jair Bolsonaro. Censuraram suas redes, proibiram de falar com o filho e obrigaram a usar tornozeleira eletrônica. Tudo isso num processo cheio de abusos e ilegalidades. Não existe democracia quando a Justiça é politizada”.

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