Pastores são presos e igrejas fechadas na Índia acusados de conversão forçada

O pastor R. Kirubendran passou um mês na prisão sob acusações infundadas antes de ser libertado sob fiança, mas ficou perplexo com a hostilidade da polícia, da mídia e dos moradores depois de servir a comunidade do norte da Índia sem problemas por vários anos.

Nesse sentido, no estado de Uttar Pradesh, na Índia, onde ele e sua esposa serviam, existe um padrão de falsas acusações feitas por extremistas hindus, seguidas pelo fechamento de igrejas, o que torna o ambiente muito hostil para minorias religiosas.

De acordo com The Christian Post, a polícia pegou a chave da igreja e destrancou a casa para procurar evidências, confiscando Bíblias, hinários e dois cadernos, um com o registro das crianças que frequentavam a escola informal e o outro com o livro de sermões do pastor Kirubendran.

Além disso, outra mulher detida já era cristã antes de o casal se mudar para a região em 2016. Enquanto os policiais a levavam com a família do pastor para a delegacia de Kasimabad, eles pararam os veículos a pedido de uma multidão em outra igreja liderada pelo pastor Ramesh Masih, a cerca de um quilômetro do local da igreja do casal.

“O culto de domingo ainda estava acontecendo quando paramos na igreja do Ramesh. Os outros veículos policiais esperaram lá, enquanto nosso veículo nos levou para a delegacia”, disse Tiruvendram.

Desse modo, enquanto a polícia interrogava o pastor Kirubendran dentro da delegacia, dois repórteres de notícias chegaram e também começaram a questioná-los incansavelmente. A polícia liberou a outra mulher da igreja depois que seu marido interveio e disse à polícia que eles eram moradores locais.

Logo, os policiais que pararam na igreja do pastor Masih chegaram com ele e sete ou oito membros de sua congregação. A polícia havia confiscado hinários, Bíblias, literatura e Novos Testamentos da igreja do pastor Masih e o questionaram sobre os livros.

Sendo assim, a polícia registrou uma queixa contra o pastor Kirubendran, sua esposa, o pastor Masih e dois membros de sua igreja no Primeiro Relatório de Informações (FIR) nº 0065, com base nos artigos do Código Penal Indiano sobre “insulto deliberado à religião”, “incitação à quebra da paz”, “intimidação criminosa” e, segundo o estatuto de Uttar Pradesh de 2021, conversão ilegal.

Por fim, defensores dos direitos religiosos afirmam que o tom hostil do governo da Aliança Democrática Nacional, liderado pelo partido nacionalista hindu Bharatiya Janata, contra não hindus, tem encorajado extremistas hindus em várias partes do país a atacar cristãos desde que o primeiro-ministro Narendra Modi assumiu o poder em maio de 2014, afirmam defensores dos direitos religiosos.