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Luciano Subirá e Rodrigo Mocellin divergem sobre perda da Salvação

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Um trecho de uma entrevista do pastor Luciano Subirá ao podcast JesusCopy viralizou recentemente, gerando grande repercussão nas redes sociais. Na ocasião, o pastor fez uma afirmação que sugere a possibilidade de perder a Salvação, o que gerou críticas, especialmente do pastor Rodrigo Mocellin.

Durante o podcast, Luciano Subirá declarou:
“Se a gente entender o processo, e que a ação da graça não é, ou a Salvação, um ato único e instantâneo – porque se tem porta, se tem caminho, tem alvo, tem um processo. Para mim, o processo pode ser abortado”.

A declaração chamou a atenção de Mocellin, pastor da Igreja Resgatar, em Guaratinguetá (SP), e adepto da linha teológica calvinista, que diverge do pensamento arminiano defendido por Subirá. Em resposta, Mocellin classificou a posição como equivocada:
“Essa é uma figura de linguagem que ele usa para dizer que é possível perder a Salvação. […] É um absurdo. ‘A Salvação é um processo que pode ser abortado’. Ou seja, podemos perder”.

Análise de Mocellin

O pastor Rodrigo Mocellin fez uma distinção importante sobre a natureza da Salvação, afirmando que ela tem aspectos distintos:

  • A Justificação: “A Salvação não é um ato único, ele disse. Isso está certo e errado ao mesmo tempo. Tem um aspecto da Salvação que é um ato único, sim: a justificação pela fé. É um ato irrevogável, baseado na graça de Deus. Quando alguém crê, essa pessoa é declarada justa pelos méritos de Cristo. Por isso Paulo diz ‘assim, se alguém está em Cristo, não há mais condenação’ (Romanos 8.1)”.
  • O Processo: “Por outro lado, a Salvação tem etapas. É um processo. Paulo fala sobre isso em Romanos 8.30: ‘E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou’. […] A Salvação do cristão já está garantida, mas o cristão passa por todas essas etapas até que a Salvação se torne completa”.

Obras Completas de Deus

Ao abordar o posicionamento de Luciano Subirá, Mocellin destacou que a perspectiva arminiana sugere que o cristão pode “não concluir essa jornada” e, assim, perder a Salvação. Para contrapor essa ideia, ele citou Filipenses 1.6:
“Estou plenamente certo de que aquele que começou a boa obra em vós há de completá-la até o dia de Cristo Jesus”.

Mocellin concluiu afirmando que a segurança da Salvação repousa inteiramente em Deus, e não nos méritos humanos:
“Sabe por que no meio do processo nós não vamos perder? Quem começou nossa Salvação? Deus. Quem vai terminar nossa Salvação? Deus. […] A sua Salvação está nas suas mãos ou nas mãos de Deus? Se estiver nas suas, aí você pode perder”.

Contexto Teológico

A divergência entre os posicionamentos de Luciano Subirá e Rodrigo Mocellin reflete as diferenças centrais entre as teologias arminiana e calvinista.

  • Arminianismo: Enfatiza o livre-arbítrio humano e a responsabilidade pessoal no processo da Salvação.
  • Calvinismo: Sustenta a doutrina da perseverança dos santos, defendendo que aqueles que verdadeiramente foram salvos não podem perder a Salvação porque ela é garantida por Deus.

A discussão é recorrente entre as denominações evangélicas e ilustra a interpretação de passagens como Filipenses 1.6 e Romanos 8.30.

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