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Pesquisa: pessoas querem igrejas que pareçam igrejas

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As discussões sobre a arquitetura das igrejas tem ganhado destaque, especialmente entre líderes evangélicos com visão de expansão. Muitos defendem que as igrejas devem se afastar da aparência tradicional, buscando criar ambientes mais modernos e acessíveis para atrair pessoas que não estão familiarizadas com os ritos e a linguagem cristã.

A proposta seria a criação de espaços mais parecidos com teatros, com luzes coloridas, palcos despojados e a ausência de elementos tradicionais como cruzes, vitrais e altares.

Entretanto, uma pesquisa realizada pelo Barna Group e Aspen Group trouxe à tona uma visão diferente, apontando para um desejo predominante entre os entrevistados: muitos preferem igrejas com uma aparência mais tradicional, ou seja, “com cara de igreja”.

O estudo, intitulado Making Space (Criando Espaço), explora a relevância do design e da arquitetura das igrejas, dividindo-se em três volumes: Criando Espaço para Inspiração, Criando Espaço para a Comunidade e Criando Espaço para a Formação. Cada um desses volumes examina como o espaço físico pode influenciar a experiência de adoração, a formação espiritual e a construção de uma comunidade dentro das igrejas.

O estudo revela que quase 90% dos americanos acreditam que uma igreja deve ser facilmente identificável, e 8 em cada 10 pessoas afirmam que o edifício da igreja deve refletir “a beleza de Deus”. Esse dado sugere que a maior parte da população não deseja espaços modernos ou estilizados, mas sim lugares que transmitam transcendência, reverência e atemporalidade. Mesmo entre aqueles que não frequentam igrejas regularmente, há uma imagem tradicional do que uma igreja deveria ser.

Esse anseio está alinhado com uma percepção mais profunda: “a arquitetura também comunica teologia”. A estrutura física da igreja, com seus elementos sagrados, sua elevação e a luz filtrada por vitrais, transmite uma mensagem sobre a santidade do espaço, convidando os fiéis a uma experiência de adoração mais profunda. A própria construção da igreja, com seu silêncio e seus símbolos, comunica que aquele é um lugar separado para o divino, moldando o coração dos fiéis para a reverência.

Essa visão destaca a importância do espaço não apenas como um local físico, mas como um meio de conectar o humano com o eterno. Em tempos de superficialidade e distrações, muitos têm buscado algo mais profundo, e a beleza e a sacralidade da igreja podem servir como um sinal do invisível, atraindo aqueles que buscam um espaço de significado espiritual.

O estudo também aborda a questão dos espaços multiuso, especialmente no primeiro volume, Criando Espaço para Inspiração, onde se discute como os fiéis interagem com os ambientes da igreja. O segundo volume, Criando Espaço para a Comunidade, enfatiza a importância da igreja como um lugar de construção comunitária, citando a Igreja primitiva, descrita em Atos 2:47, como exemplo de um local de união e favor entre os crentes.

O terceiro volume, Criando Espaço para a Formação, foca na importância da igreja como um ambiente formativo para a liderança cristã, oferecendo reflexões valiosas para líderes que estão considerando renovar ou redesenhar seus edifícios. Este volume também toca na relevância dos espaços físicos em uma era digital, onde as igrejas precisam repensar como utilizar seus ambientes para fortalecer a formação e a comunhão entre os membros.

Em resumo, os dados e reflexões do estudo indicam que, embora a arquitetura das igrejas tenha sido objeto de debate nos últimos tempos, a maioria das pessoas ainda anseia por um espaço que não seja apenas um local de encontro, mas um lugar que inspire, forme e promova a verdadeira comunidade cristã.

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