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Portas Abertas ajuda na alfabetização de crianças cristãs no Egito
Escolas públicas egípcias não possuem boa qualidade de ensino, além disso, discriminam estudantes cristãos
Marina tem 10 anos, é a mais nova dos seis filhos de uma família cristã muito pobre, que vive numa pequena aldeia no Alto Egito. A vida em muitas aldeias primitivas do Egito não oferece boas condições e até mesmo carece das necessidades básicas essenciais. Em muitos casos, a água limpa da casa e um banheiro sanitário são considerados um luxo.
O pai de Marina é um fazendeiro de aluguel e sai todas as manhãs para trabalhar, carregando sua pá no ombro. Seu almoço é um pão e um pedaço de queijo branco caseiro. Às vezes há uma cebola e um tomate para ajudar a encher o estômago vazio.
O mercado é o ponto central aonde os agricultores pobres vão, na esperança de que possam ser escolhidos por alguém para trabalhar em seus campos. Normalmente, o pagamento diário é de 30 libras egípcias, o equivalente a 5 dólares. Nessas condições, a maioria dos pais cristãos não conseguem oferecer um futuro para seus filhos.
A vida da menina cristã no Egito
Marina tem cinco irmãos mais velhos e isso a coloca sob muita pressão social e cultural, apenas por ser a única garota de sua família que vive em uma aldeia egípcia.
No contexto da cultura e crença islâmica local, a maioria das pessoas enxerga as meninas e as mulheres em uma posição muito abaixo dos homens. Quando são cristãs, essa visão é ainda mais negativa.
Embora os pais de Marina sejam analfabetos e não haja escola em sua pequena aldeia, eles enviaram todos os seis filhos para a escola pública na aldeia vizinha. O casal deseja que seus filhos tenham educação, o que poderia garantir uma vida melhor que a deles.
Educação pública no Egito
As escolas públicas egípcias oferecem uma qualidade muito baixa de ensino, e os professores são mal pagos e mal treinados. As crianças aprendem muito pouco e são tão maltratadas que muitas delas desistem em idade precoce e nunca mais retornam.
Quatro dos irmãos de Marina deixaram de frequentar a escola na adolescência e, em vez disso, procuraram emprego. Mesmo as crianças que continuam sua educação elementar passam para a próxima série sem serem capazes de ler ou escrever corretamente. Além disso, muitos professores muçulmanos ignoram completamente os estudantes cristãos.
Segure minha mão
Há dois anos, Marina era uma dessas crianças cristãs ignoradas pelos professores. Quando ela conheceu o projeto “Segure minha mão” da Missão Portas Abertas teve oportunidade de aprender a ler e escrever pela primeira vez.
O programa é oferecido através de igrejas da aldeia local em todo o Alto Egito, e é liderado por equipes itinerantes que identificam quais estudantes precisam de mais ajuda no processo educativo, oferecendo reforço em alfabetização.
Marina entrou no programa junto de outras 19 crianças e começou participando das aulas com 30 minutos de ensino bíblico, seguida por 60 minutos de treinamento em habilidades de leitura e escrita, e depois 30 minutos de diversão educacional e tempo para jogos.
Resultados
Tanto Marina como as demais crianças tiveram um ótimo desempenho. Os professores que auxiliam nesse processo de aprendizado são cristãos treinados.
Martina, uma amiga de Marina (na foto), que também participou do projeto, deu seu testemunho e contou o que o programa “Segure minha mão” significou para ela.
“Eu sou a aluna mais esperta da minha turma agora, e sempre recebo as notas mais altas em todas as matérias”, disse.
“Os professores da minha escola pública costumavam me ignorar, e nunca me pediram para responder perguntas, porque eu era uma das piores alunas da minha turma. Mas agora todos os meus professores me consideram a melhor”, conclui.