igreja perseguida
Preso na Coreia do Norte, pastor relata que guardas foram transformados
O pastor Hyeon Soo Lim compartilhou o Evangelho com seus agressores enquanto esteve em cativeiro, e pode testemunhar a transformação deles.
Hyeon Soo Lim, pastor canadense de origem sul-coreana, foi condenado à prisão perpétua com trabalhos forçados na Coreia do Norte em 2015, após ser acusado de tentar derrubar o regime. Durante seu cativeiro, Lim testemunhou a transformação de seus agressores ao compartilhar o Evangelho com eles, mesmo sob duras condições de prisão. Ele relatou sua experiência durante um evento evangelístico na Liberty University, nos Estados Unidos, na última sexta-feira (6).
Lembrando-se de seu tempo na prisão, Lim descreveu: “Eu não conseguia dar um único passo livremente. Eu era um escravo. Eles retribuíram o bem com o mal até o fim, tudo por causa de um ditador”. O pastor foi libertado em 2017, após dois anos de prisão, por motivos humanitários, e desde então tem compartilhado sua fé e história de perseverança.
De acordo com The Christian Post, antes de sua prisão, a Igreja Presbiteriana Coreana Luz, da qual Lim era pastor, havia feito 100 visitas à Coreia do Norte desde 1997, ajudando na criação de um orfanato e uma casa de repouso. No entanto, um sermão pregado por Lim nos Estados Unidos em 2013, onde criticou o regime norte-coreano e suas estátuas de Kim Il-sung, levou à sua prisão durante uma de suas visitas ao país.
“Eu preguei que a razão pela qual a Coreia do Norte é amaldiçoada é porque eles ergueram muitas estátuas de Kim Il-sung”, disse Lim, que acreditava que a nação só seria salva se essas estátuas fossem derrubadas.
Na prisão, Lim foi submetido a trabalhos forçados severos e privação alimentar, recebendo refeições compostas principalmente de repolho e arroz misturado com pedras. Ele também teve que quebrar carvão congelado durante o inverno, o que lhe causou graves lesões nos dedos das mãos e dos pés.
Apesar das condições desumanas, Lim encontrou consolo na Palavra de Deus. “Ler a Bíblia era como encontrar água viva no deserto”, testemunhou o pastor. Mesmo proibido de assistir televisão ou ouvir rádio, ele recebeu permissão para ler as Escrituras e passava seus dias orando e meditando na Palavra.
Ao longo do tempo, os guardas da prisão, que inicialmente o maltratavam, começaram a ouvir as pregações de Lim e, gradualmente, seu comportamento mudou. “Ao ver essa mudança, percebi mais claramente que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir por meio da Palavra de Cristo”, declarou o pastor.
Guardas que antes o abusavam passaram a pedir conselhos familiares a ele. “Notei uma transformação em quase todos, dos oficiais de mais alta patente aos de menor patente”, afirmou Lim, evidenciando o poder do Evangelho em transformar corações, mesmo em um ambiente de perseguição.
Durante seus três anos de cativeiro, Lim recebeu visões que renovaram sua esperança. Ele viu a Coreia do Norte se abrir ao Evangelho e liderou um movimento de 1 milhão de missionários para evangelizar o país. “Quando as pessoas que espalharão o Evangelho no país estiverem prontas, Deus abrirá as portas”, declarou Lim, confiante de que a Coreia do Norte será transformada em “um exército do Senhor”.
O pastor também compartilhou sua visão de estabelecer 10.000 escolas cristãs na Coreia do Norte, onde famílias e igrejas poderiam ensinar a Bíblia às crianças. Ele encorajou os cristãos ao redor do mundo a se juntarem à missão de evangelizar o país. “A Coreia do Norte é o solo mais fértil para espalhar o Evangelho. Quem irá? Quando Ele perguntar, que você e eu possamos responder: ‘Aqui estou'”, concluiu.
A Coreia do Norte ocupa o 1º lugar na Lista Mundial da Perseguição de 2024 da Missão Portas Abertas, como o lugar mais difícil para ser cristão. Cristãos descobertos são enviados para campos de trabalhos forçados ou enfrentam execuções sumárias. As famílias dos cristãos também são punidas, tornando a prática da fé em Cristo um risco constante para a vida.