igreja perseguida
Refugiados norte-coreanos temem deportação pelo regime chinês
Coreia do Norte e a China assinaram um novo acordo para repatriar refugiados ilegais norte-coreanos.
A Coreia do Norte e a China assinaram um novo acordo para repatriar refugiados ilegais norte-coreanos, conforme informou a agência de notícias DailyNK. Essa medida afeta diretamente os cidadãos norte-coreanos que vivem perto da fronteira com a China.
“Antes da pandemia, a China costumava enviar muitos refugiados de volta. Quando a crise da COVID-19 se instalou, as fronteiras foram fechadas e a China permitiu que os refugiados norte-coreanos permanecessem. Mas isso mudou visivelmente. Em 2024, centenas de pessoas foram devolvidas para as mãos rigorosas do regime da Coreia do Norte”, contou Simon Lee (pseudônimo), parceiro da Portas Abertas que trabalha com refugiados norte-coreanos.
Outro fator relevante para o acordo é o fortalecimento dos laços entre Rússia, China e Coreia do Norte após a invasão russa à Ucrânia. Esses países têm perdido prestígio na comunidade internacional, mas a medida de deportar refugiados norte-coreanos não significa que eles desaparecerão da China. Pelo contrário, a China mantém suas portas abertas para trabalhadores contratados norte-coreanos, que são cuidadosamente selecionados e monitorados pelo governo da Coreia do Norte. Grande parte dos salários desses trabalhadores é tomada pelas autoridades norte-coreanas.
Muitos refugiados norte-coreanos são assistidos por parceiros da Portas Abertas, que oferecem treinamentos bíblicos e abrigos. Alguns refugiados apenas visitam esses locais, enquanto outros permanecem para aprender mais sobre a palavra de Deus.
“Uma parte importante do crescimento de igrejas na Coreia do Norte é fruto do ministério com refugiados, que, quando são deportados, anunciam o evangelho aos norte-coreanos. Mas os números não são tão grandes quanto antes. Cruzar a fronteira ilegalmente está ainda mais difícil e perigoso. Pessoas pagam fortunas por transporte ilegal e ainda assim estão sob risco constante de serem presas”, explicou Simon.