Revista Isto É destaca o declínio da Igreja Renascer em Cristo

Queda no número de fiéis e vários processos na justiças são fatores que ajudam a diminuir a confiança na instituição fundada há 25 anos

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A revista Isto É desta semana traz uma matéria exclusiva sobre o declínio da igreja Renascer em Cristo, liderada pelo apóstolo Estevam Hernandes e por sua esposa bispa Sônia que está lançando um livro intitulado “Vivendo de Bem com a Vida”.

O título do livro recebe um comentário de um ex-bispo que diz “É difícil pensar em alguém menos apropriado que a bispa Sônia para escrever um livro intitulado ‘Vivendo de Bem com a Vida’.” Isso porque nos últimos anos os líderes de uma das maiores denominações neopentecostais no Brasil enfrentaram a decadência do número de fiéis, sendo que 70% dos templos fecharam, vários líderes dissidentes, inúmeros processos na justiça e ainda o problema grave de saúde do filho mais velho do casal.

De acordo com dados da reportagem de João Loes e Rodrigo Cardoso, em 2002, a Renascer em Cristo contava com 1.100 templos espalhados pelo Brasil e o mundo, mas hoje são pouco mais de 300 templos.

Sobre isso a bispa Sônia diz que “houve uma readequação, algumas igrejas pequenas foram agrupadas para formar igrejas maiores, ao mesmo tempo que houve um incentivo para a abertura de grupos de desenvolvimento que acontecem nas casas”.

Vida de luxo de processos por falta de pagamento dos aluguéis

Outro ponto citado na entrevista é a vida de luxo que o casal leva, de acordo com o texto o salário da bispa é de R$100 mil, ela se veste com roupas de grifes exclusivas, mora em um triplex em um bairro nobre da capital paulista e anda e carro importado, blindado e escoltada por dois seguranças. Isso quando não usa um helicóptero avaliado em R$ 2,5 milhões para visitar seus sítios e haras no interior paulista.

“Hoje os Hernandes sangram a igreja para dar sobrevida ao padrão de vida nababesco que têm”, acusa um dissidente. De acordo com essas fontes que não foram identificadas, o casal leva a vida luxuosa com o dinheiro arrecadado na igreja. Mas nos últimos anos, a arrecadação vem diminuindo e os gastos do casal, não.

Dois motivos são citados como os causadores da decadência da denominação: a prisão do casal nos Estados Unidos em 2007, presos por não declarar US$56,467 ao entrarem no país. E a queda do templo sede em janeiro de 2009, acidente que matou nove pessoas e deixou outras 117 feridas.

“Eles perderam a confiança do rebanho”, garante outro dissidente. Em 2008, o reflexo da debandada chegou aos cofres da instituição. Naquele ano, como arrecadou menos, a dívida com aluguéis de imóveis bateu os R$ 7 milhões.

Hoje cerca de 40 processos tramitam na justiça referente a ações de despejos dos prédios. ” Todas as ações estão em negociação e a igreja tem feito um grande esforço para resolver as questões pendentes. Muitos casos já estão resolvidos, negociados com imobiliárias e proprietários”, garante Sônia.

Cobrança de metas para bispos e pastores

Os ex-pastores da denominação que falaram à Isto É disseram que Estevam Hernandes sempre exigiu dos bispos e pastores a arrecadação de metas financeiras e as cobrava humilhando quem não conseguia alcançar.

Com a prisão do casal e com a queda dos valores arrecadados essas “broncas” se tornaram ainda mais fortes. “As reu­niões sempre foram um massacre”, lembra um dissidente. “Mas, com eles nos Estados Unidos, as coisas pioraram, embora um time de bispos daqui, junto com o filho do casal, o bispo Tid, tenha articulado um saneamento nas contas da instituição.”

Problemas na justiça brasileira

Mesmo tendo cumprindo pena de reclusão em regime fechado e semi-aberto, o casal ainda enfrenta diversos processos no Brasil. De acordo com promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco-SP), Arthur Lemos Júnior, Estevam e Sônia ainda são réus em processos de lavagem de dinheiro. “Estamos nos trâmites finais do processo, em primeira instância, que acusa tanto Estevam quanto Sônia por dissimulação de patrimônio, também conhecida como lavagem de dinheiro”, diz.

Confira a íntegra na Isto É

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