opinião
Saindo do armário
Sair do armário, no contexto atual, é uma expressão que anuncia publicamente a orientação sexual de alguém ou a identidade de gênero de si próprio ou de outrem. Estar fora do armário significa, geralmente, que o homossexual, lésbica ou transgênero não oculta mais a citada orientação.
Recentemente uma notícia bombástica foi veiculada pela mídia. Uma notória cantora assumiu sua orientação sexual, “Saiu do Armário”. Não cabe a mim julgá-los, apenas quero aproveitar a oportunidade e fazer uma aplicação segundo o conceito do Evangelho de Jesus.
A palavra “Hipocrisia”, no seu significado mais profundo significa: o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideais e sentimentos que, na verdade, a pessoa não possui. Semanticamente o termo deriva do latim Hypocrisis e do grego Hupokrisis ambos apontando para a representação de um ator, atuação, fingimento (no sentido artístico). Essa palavra passou mais tarde a designar moralmente pessoas que representam que fingem comportamentos.
Em outras palavras:
O hipócrita é aquele que não é e finge ser;
O que “Saiu do Armário” é aquele que é e finge não ser.
Jesus sempre vinha em rumo de colisão com os Hipócritas.
Ajuntando-se entretanto muitos milhares de pessoas, de sorte que se atropelavam uns aos outros, começou Jesus a dizer primeiro aos seus discípulos: Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia.
Mas nada há encoberto, que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser conhecido.
Os Escribas e Fariseus, alvos desta manifestação de Jesus, tinham pleno conhecimento da Lei através do entendimento humano. Eles proibiam a execução de atividades no sábado, dia do descanso. Porém, como o próprio Cristo disse, naquele mesmo dia “Sagrado”, eles desamarravam o jumento ou o boi e os levavam a beber água. Ora, se um animal podia receber os benefícios no “Sábado”, por que condenavam o Senhor por fazer o bem a uma pessoa? .
É isso que a religião faz, ela não pode libertar ninguém, apenas proíbe, acorrenta e escraviza o homem. Pior, os “Hipócritas”, moralistas da religião, se trancam no “Armário” do legalismo, se escondem nas burcas do moralismo e não se sentem sequer comovidos com as mazelas e dores dos necessitados. Os bois e os jumentos lhes são mais caros do que aqueles que foram feitos a imagem e semelhança de Deus.
São muitos os “Armários” que nos escondemos:
O “Armário” da falta de perdão;
O “Armário” da duplicidade de vida;
O “Armário” da intolerância;
O “Armário Ministerial”, onde escondemos as violência contra as nossas esposas e filhos;
O “Armário” do egoísmo, onde me esqueço das necessidades de meus colegas ministeriais e me utilizo do pastorado como plataforma política ou fonte de enriquecimento pessoal;
Os “Armários” das perversidades que muitos Conferencistas de nossas igrejas se escondem, após suas turnês, onde destroem famílias através de seus apetites sexuais lascivos e insaciáveis;
O “Armário” da falsa moralidade que nós, como pastores e potenciais referências da igreja, nos trancamos, após fazermos discursos inflamados contra aquilo que ironicamente praticamos.
Por favor, não me interprete mal, não é uma apologia ao erro, mas há quem julgue ou condene os “Gays”, aqueles que “Saíram do Armário” e assumiram sua “Orientação sexual”, entretanto isso não é alçada minha, e sim de Deus.
Uma coisa é certa, é preciso ser muito “Macho” para “Sair do armário” e assumir ser homossexual enfrentando tudo e todos, coisa que muitos ditos cristãos não são, preferindo morar no “Armário de suas hipocrisias”, fingindo ser o que não são.
È tempo de “Sairmos do Armário”.
Quem não tiver um “Armário” que atire a primeira pedra.
Que Jesus nos expulse dos armários existenciais e nos salve para a sua Glória.