vida cristã

Sem apoio, Lula deixa evangélicos de fora do “conselhão”

Pastor Silas Malafaia já integrou conselho em governos anteriores do petista.

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Lula (Foto: Andre Penner/AP)

O governo Lula recriou o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o chamado “Conselhão”, mas deixou os evangélicos de fora, já que não encontrou ninguém no segmento para apoiá-lo.

Diferentemente das gestões petistas anteriores, líderes evangélicos não foram incluídos na nova lista de 246 componentes do colegiado. O segmento evangélico apresenta uma das maiores taxas de desaprovação ao atual governo, alinhado majoritariamente à tentativa de reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A lista divulgada pelo governo incluiu representantes de movimentos sociais, do setor financeiro, juristas e empresários, além de personalidades artísticas e culturais da sociedade civil. A única liderança religiosa presente na lista é o padre católico Júlio Lancellotti, da pastoral Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo.

Ao criar o Conselhão em seu primeiro mandato, Lula nomeou o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, para participar do colegiado em junho de 2003. Malafaia, hoje um dos mais ativos apoiadores de Bolsonaro entre lideranças evangélicas, apoiou o candidato petista no segundo turno presidencial de 2002.

Malafaia não foi o único pastor integrante do Conselhão em gestões petistas. Em dezembro de 2004, ele foi substituído no colegiado pelo também pastor Jabes Alencar, que liderava a Assembleia de Deus Bom Retiro. Alencar também se tornou apoiador de Bolsonaro no último governo. O suplente de Alencar no Conselhão foi o pastor Fadi Faraj, atualmente líder da igreja Ministério da Fé.

O governo Dilma Rousseff havia mantido o expediente de indicar lideranças evangélicas para o Conselhão. Em janeiro de 2016, numa reformulação do colegiado meses antes de ser destituída em processo de impeachment, Dilma apontou o bispo anglicano Flávio Augusto Borges Irala para integrar o órgão. O bispo presidia à época o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), que havia se posicionado meses antes contra o impeachment.

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