estudos bíblicos
O que significa denário, talento, dracma e mina na Bíblia
Moedas dos tempos bíblicos e seu significado para hoje.
Nos tempos antigos, antes do desenvolvimento do dinheiro em moedas e papel, os homens realizavam trocas ou pagamentos em mercadorias e serviços. O gado, por exemplo, era tão usado nessas transações comerciais, que literalmente significada dinheiro!
Curiosamente veja: a palavra latina pecunia (dinheiro, donde vem “pecuniária”) vem de pecus (gado, donde vem “pecuária”).
Até mesmo no hebraico, segundo o Dicionário Wyclife, a palavra comum para gado é miqneh, que pode significar “preço de compra” ou “posse (adquirida por meio de compra)”.
Posteriormente, metais de valor como bronze, prata e ouro passaram também a ser utilizados como meio de transações comerciais. Mas somente por volta de 700 a.C., na região de Lídia (Ásia Menor), é que moedas cunhadas começam a ser utilizadas, simplificando e facilitando trocas e pagamentos.
Daí surgem algumas moedas citadas especialmente no Novo Testamento, como denário, dracma, darico, asse e estáter. É impossível precisar o valor de cada uma destas moedas; podemos apenas inferir um valor aproximado.
Denário (Mt 20.2; 22.19)
O denário era a principal moeda romana de prata. Era, geralmente, o salário que um homem recebia pelo trabalho de um dia. Seu nome latino era denarius, e o grego, denarion.
Dracma (Lc 15.8,9)
Moeda grega de prata e que tinha quase o mesmo valor de um denário romano.
Darico (1Cr 29.7)
A palavra darico é de origem incerta, podendo remeter ao rei persa Dario I ou estar relacionada à moeda grega, a dracma. Era uma moeda de ouro da Pérsia, com formato oval e que valia aproximadamente quatro a cinco dólares.
Asse (Mt 10.29; Lc 12.6)
O asse ou ceitil era uma moeda de cobre que valia algo em torno de um sexto de um denário. Ou seja, um valor irrisório.
Estáter (Mt 17.27)
Moeda de ouro grega que valia quatro dracmas (ou seja, quatro dias de trabalho). Foi a moeda encontrada por Pedro na boca de um peixe e equivalente ao imposto do Templo em Jerusalém para duas pessoas.
Mina (Lc 19.13-25)
Unidade monetária igual a 100 dracmas, ou seja, o equivalente a quase cem dias de trabalho.
Talento (Mt 25.14-30)
Esta palavra é muito usada hoje como sinônima de habilidade ou dom, mas originalmente não significa nenhuma das duas coisas (embora haja uma razão para este uso).
Originalmente era uma medida de peso, a maior usada pelos hebreus: para quantificar ouro, prata, chumbo, ferro e cobre. Como peso, equivalia a aproximadamente 34 quilos (mas podendo varia entre 40 e até 60 quilos, dependendo da região e da época).
Nos tempos do Novo Testamento, o talento era uma grande medida de dinheiro, e que deveria valer hoje em torno de 1600 dólares. Portanto, é uma medida de grande valor!
Questões práticas
Agora, mais do que informações sobre moedas dos tempos bíblicos, as informações acima de algum modo contribuem para a nossa compreensão da Palavra de Deus, e não só da cultura dos tempos bíblicos.
Por exemplo, a parábola da dracma perdida (Lc 15.8,9), que a dona de casa procurou insistentemente até achar e depois que a encontrou chamou as amigas para celebrar, é uma forma de Jesus nos ensinar sobre o amor de Deus, que não cansa de nos buscar ainda que nos julguemos de tão pouco valor como aquela dracma. Para Deus temos um grande valor! E toda vez que um perdido é achado por Deus, o céu entra em festa!
A parábola do homem que devia “dez mil talentos” (Mt 18.24) é outro exemplo de como estudar esse assunto ilumina nosso estudo da Palavra de Deus. Aquele homem possuía uma dívida extrema que jamais conseguiria pagar, ainda que ele tenha prometido fazê-lo. Os dez mil talentos de dívida é uma forma de Jesus nos dizer que nossa dívida altíssima foi perdoada por Deus em Cristo Jesus. A dívida do pecado que nenhum de nós poderia pagar!
E a famosa parábola dos talentos (Mt 25.14-30) que o senhor entregou aos seus servos, fala-nos dos dons e das ferramentas de alto valor moral e espiritual com as quais Deus nos dotou para podermos multiplicar o bem onde estivermos e realizarmos a vontade de Deus. Ou seja, a riqueza que temos hoje em Cristo pode crescer ainda mais a depender do nosso bom uso das dádivas que já recebemos de Deus. Por isso Jesus diz: “juntai tesouros nos céus…” (Mt 6.20)
“tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito…” (Rm 15.4)