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Silvia Abravanel critica espaço dado a evangélicos no SBT

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Durante participação no podcast Alt Tabet, do Uol, a apresentadora Silvia Abravanel manifestou críticas à decisão do SBT de abrir espaço para programas evangélicos em sua grade. Filha de Silvio Santos, fundador da emissora, Silvia defendeu que o canal deveria refletir a pluralidade religiosa do Brasil, evitando favorecimentos a uma única vertente de fé.

Ao comentar a atual programação, Silvia afirmou: “O dono da emissora era judeu. Vários pastores chegaram a entrar em contato com ele, querer comprar horário, tudo. Ele era judeu”. Em seguida, mencionou que algumas de suas irmãs são evangélicas e reconheceu a presença recente de conteúdos religiosos:

De repente, pode abrir um espaço ou outro, como foi feito agora no final do ano, que foi muito maravilhoso. Eu acho que Deus sempre é bem-vindo em toda a programação, mas inflar demais não agrada a todos os públicos”.

A declaração foi feita poucas semanas após a estreia do quadro Bom Dia Esperança, exibido no telejornal Primeiro Impacto, com apresentação de Deive Leonardo. A atração, com duração de cinco minutos, estreou no dia 26 de maio e tem como proposta a exibição de mensagens cristãs de fé e esperança. Deive Leonardo é um dos pregadores evangélicos mais populares do país nas redes sociais, com forte presença entre o público jovem.

Silvia reforçou que a emissora deve buscar equilíbrio: “Porque não são todas as pessoas que vão assistir, não são todas as pessoas que vão seguir aquilo. Hoje em dia tem 1 milhão de religiões no Brasil. As pessoas não sabem nem mais que religião que elas estão. Quando você segue uma religião, uma doutrina, sim, mas não são todos os públicos”.

A apresentadora já havia demonstrado incômodo com decisões tomadas pela emissora em outras ocasiões. Em março, durante entrevista ao influenciador Lucas Selfie, ela criticou a possível aquisição do reality musical The Voice pelo SBT e direcionou comentários ao diretor Boninho, da Globo: “Ele nunca me deu oportunidade. Eu o chamei para ver meu trabalho, e ele ignorou”.

O debate sobre a inserção de conteúdos religiosos em emissoras abertas envolve temas como liberdade de expressão, laicidade do Estado e a diversidade cultural e espiritual brasileira. Dados do Censo 2022, do IBGE, indicam que 26,9% da população brasileira se declara evangélica, número que tem crescido significativamente nas últimas décadas.

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