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Sobrevivente fala das angústias de ‘alma’ no cativeiro do Hamas
Ilana Gritzewsky, uma israelense-mexicana de 31 anos, compartilhou sua experiência angustiante como refém do grupo terrorista Hamas, após ser sequestrada durante o ataque ao Kibutz Nir Oz, em 7 de outubro de 2023.
Em uma entrevista ao Inteligência Ltda, realizada em Israel no mês passado, ela relatou os momentos de terror vividos durante os 55 dias em que esteve em cativeiro em Gaza, oferecendo detalhes sobre a violência sofrida, as condições precárias e o impacto psicológico de sua experiência.
O ataque ao Kibutz Nir Oz aconteceu de maneira repentina. Ilana descreveu como estava tomando café e se preparando para passear com seu cachorro quando os alarmes de alerta começaram a soar, alertando sobre a iminência do ataque. Em pânico, ela correu para acordar seu namorado, e ambos buscaram abrigo em um local seguro da casa. Enquanto isso, os terroristas cercavam o Kibutz, invadindo as casas e atacando moradores de forma indiscriminada.
Após três horas de espera, os sequestradores chegaram à casa de Ilana, destruindo tudo o que encontraram pela frente e forçando a porta do abrigo. Desesperados, ela e seu namorado tentaram escapar pela janela, mas foram rapidamente cercados pelos terroristas. Ilana descreveu a cena caótica, com o Kibutz em chamas e a violência se intensificando. Seu namorado tentou ajudá-la, mas ela entrou em estado de choque e foi capturada pelos agressores.
Ilana foi então levada para Gaza, onde passou por diversas formas de tortura física e psicológica. Durante o trajeto até Gaza, foi agredida e abusada, e quando finalmente chegou ao cativeiro, as condições em que foi mantida eram extremamente precárias.
Ela foi privada de cuidados médicos, alimentada de forma limitada e submetida a torturas contínuas, o que a levou a momentos de desespero profundo. Ilana revelou que, em certos momentos, pensou em suicídio, mas encontrou forças para seguir em frente devido ao amor por sua família e à fé que a sustentava.
Após sua libertação, em novembro de 2023, Ilana compartilhou com o mundo o trauma vivido e o sofrimento causado pela perda de seu namorado e amigos, que ainda permanecem em cativeiro. Ela expressou uma dor profunda por deixar para trás aqueles que ainda sofrem nas mãos do Hamas, afirmando que, embora fisicamente livre, sua alma continua “enterrada nos túneis” com os outros reféns. A situação de seus entes queridos continua sendo uma parte dolorosa de sua realidade.
Apesar dos pesadelos e do trauma psicológico causados pela experiência, Ilana segue firme em sua missão de lutar pela libertação dos outros reféns. Ela não apenas busca justiça para aqueles que ainda estão sendo mantidos em cativeiro, mas também trabalha para denunciar os abusos do terrorismo, enfrentando seus próprios medos e dores enquanto se dedica a essa causa.
Em suas declarações, Ilana transmitiu a importância de manter a esperança e a luta pela liberdade, mesmo diante das adversidades mais extremas, ressaltando a força do espírito humano diante do sofrimento e da violência. Ela continua a defender a libertação dos cativos e denunciar as atrocidades cometidas pelo Hamas.