igreja perseguida
Sudão apoia cristãos e deve retirar pena de morte por apostasia da lei
Comitê deve investigar ataques a igrejas que não receberam devida atenção
O governo do Sudão disse que vai investigar uma série de ataques a uma igreja entre dezembro e janeiro.
O ministro de Assuntos Religiosos, Nasr al-Din Mufreh, afirmou que um comitê do governo analisará os ataques a Igreja de Cristo no Sudão, estabelecida em uma região pobre da capital Cartum.
Os ataques ocorreram em 18 de dezembro, 14 de janeiro, 21 de janeiro e 29 de janeiro e os responsáveis, que até agora não foram identificados, tentaram incendiar o prédio e ameaçaram aos líderes da igreja.
De acordo com um relatório do grupo de defesa da liberdade religiosa a igreja havia denunciado os incidentes à polícia, mas não houve acompanhamento. Em sua defesa, o governo disse que nenhuma queixa formal foi registrada, mas que analisaria o assunto.
A igreja está localizada em Jaborana, uma grande favela nos arredores de Cartum, a maioria dos quais 30 mil residentes são refugiados das montanhas Nuba, no sul do Kordofan. Entre eles, muitos cristãos, deslocados da região após anos de conflito seguidos por uma seca.
Enquanto isso, três igrejas no sul do Nilo Azul, que foram queimadas duas vezes, em dezembro e janeiro, ainda aguardavam uma resolução. Uma fonte local disse que o governo lhes ofereceu 900 dólares para o custo da reconstrução.
Fim da pena de morte a cristãos
O ministro Nasr al-Din Mufreh também destacou que o governo está comprometido com a liberdade religiosa. No início deste mês, anunciou planos para remover a pena de morte por apostasia e abolir os comitês ilegais da igreja criados pelo governo anterior.
“São resoluções notáveis”, afirmou uma colaboradora da Portas Abertas na África Subsaariana.
Ela ainda acrescentou que outras questões pendentes precisam de atenção, como o registro de igrejas e uma emenda ao artigo 55 da Declaração Constitucional.
O artigo sujeita o culto da igreja e atividades relacionadas a “exigências da lei e da ordem pública” – um padrão muito amplo que foi frequentemente utilizado para legitimar abusos do governo.
O Sudão ocupa a sétima posição na Lista Mundial da Perseguição 2020 e, constantemente, os cristãos do país são atacados e ameaçados de morte por se converterem ao cristianismo, largando a fé islâmica, maioria no país.