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Tribunal da Nicarágua condena bispo católico a 26 anos de prisão

Daniel Ortega descreve sacerdotes presos políticos como “mercenários criminosos”.

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Bispo Rolando Alvarez, da Nicarágua. (Foto: Reprodução STR/AFP)

Um tribunal da Nicarágua condenou o bispo católico Rolando Alvarez a mais de 26 anos de prisão por acusações de traição, minar a integridade nacional e espalhar falsas notícias depois que se recusou a ser expulso para os Estados Unidos como parte de uma libertação de prisioneiros.

Desta forma, Alvarez, o bispo da diocese de Matagalpa, também foi multado e destituído de sua cidadania nicaraguense. Sua sentença foi transferida inesperadamente de sua data original, no final de março, sem explicação.

De acordo com The Christian Post, o bispo recusou se juntar a outros 222 presos políticos, incluindo quatro padres, que foram expulsos para os Estados Unidos na quinta-feira como parte de um acordo com o Departamento de Estado dos Estados Unidos.

Nesse sentido, o crítico do presidente Daniel Ortega escolheu permanecer na Nicarágua para apoiar os católicos que enfrentam a repressão sob a ditadura. Em comentários, Ortega criticou os prisioneiros libertados como “mercenários criminosos”.

Desse modo, Alvarez, e vários outros sacerdotes e seminaristas foram presos em agosto passado em meio à escalada das tensões entre a Igreja Católica e o governo de Ortega, que tem se tornado cada vez mais intolerante a qualquer forma de desavenças.

Assim, uma tendência de perseguição começou na Nicarágua após os protestos contra as reformas do sistema de aposentadoria pública em abril de 2018. Os protestos vieram depois de cerca de uma década de deterioração das condições econômicas do país.

Além disso, o Papa Francisco expressou preocupação com a perseguição de líderes da Igreja Católica considerados uma ameaça aos poderes governantes.

“Estou acompanhando de perto, com preocupação e tristeza, a situação na Nicarágua, que envolve tanto pessoas quanto instituições. Gostaria de expressar minha convicção e esperança de que, através de um diálogo aberto e sincero, a base para uma coexistência respeitosa e pacífica ainda possa ser encontrada”, disse.

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