opinião
Tua vitória tem sabor de fel
12 Amados, não se surpreendam com o fogo que surge entre vocês para prová-los, como se algo estranho estivesse acontecendo.
13 Mas alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo, para que também, quando a sua glória for revelada, vocês exultem com grande alegria.
14 Se vocês são insultados por causa do nome de Cristo, felizes são vocês, pois o Espírito da glória, o Espírito de Deus, repousa sobre vocês.
15 Se algum de vocês sofre, que não seja como assassino, ladrão, criminoso, ou como quem se intromete em negócios alheios.
16 Contudo, se sofre como cristão, não se envergonhe, mas glorifique a Deus por meio desse nome.
17 Pois chegou a hora de começar o julgamento pela casa de Deus; e, se começa primeiro conosco, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?
18 E, “se ao justo é difícil ser salvo, que será do ímpio e pecador?”
19 Por isso mesmo, aqueles que sofrem de acordo com a vontade de Deus devem confiar sua vida ao seu fiel Criador e praticar o bem.
As falsas doutrinas e erros do evangelho adoecido que está na moda e que muitos estão seguindo, se reflete também nas letras de muitos “hinos” que estão na boca do povo e também bombando nas emissoras de rádio e televisão.
Um em especial, que fala de uma suposta vitória com sabor de mel, discorre sobre um episódio que assassina a língua portuguesa e faz apologia à vingança e o regozijo do autor sobre a desgraça alheia. A vitória em questão não é, em instância alguma, do reino da Luz sobre o reino das trevas, muito menos contra as tentações ou as ciladas do inferno, enfermidades ou injustiças sociais, mas contra alguém contrário, de certa forma, ao autor. Vitória e vingança contra quem falava mal dele, zombava dele, o criticava etc.
Não se sabe em que “evangelho” o autor da música se embasou para escrever tamanho desrespeito à Palavra de Deus, mas o refrão se transformou em grito de guerra entre aqueles que desconhecem os verdadeiros desígnios do Senhor para os fiéis neste mundo.
É interessante que na Bíblia Sagrada vitórias nunca tiveram sabor de mel, mas de Fel. Leia a história de Abraão, Jacó, José, Moisés, Josué, Sansão, Samuel, Davi, Daniel, Jeremias, Neemias, Ester, Rute e o mais amargo que fel momento de Jesus Cristo no monte das oliveiras, onde tragou do cálice até a última gota.
Vide Hebreu capítulo 11 que elenca os heróis da fé, ninguém subiu em palco sobre holofotes, não ouviram dos inimigos aplausos, muito menos tornaram-se milionários. Suas vitórias lhes deixaram feridas profundas, cicatrizes no corpo e na alma; outros ainda foram serrados ao meio, incendiados, esquartejados, crucificados, humilhados. Foram vitoriosos sim, merecendo um capítulo particular de dedicação da epístola, mas foi uma vitória amarga de dor e morte. Negar a si mesmo e tomar a cruz não é nada agradável, é amargo como o fel.
Os adoecidos entendem que as vitórias que conquistam nesta vida diz respeito às suas próprias, aos palcos, projeções, estrelatos, enriquecimentos, quando a Bíblia nos adverte que todas as nossas conquistas neste mundo são para a glória do Senhor Jesus, e para a obtermos devemos abrir mão de tudo, desaparecermos, morrermos. Só assim a Luz do Senhor passará a brilhar em nós.
Por fim, está música reflete psicologicamente os sentimentos do autor e esnoba aqueles que a ouvem cantar. É como se ela desabafasse dizendo:
“- Viu aí? Você que me criticava? Agora se morda de raiva, pois eu estou no palco e você na plateia.”
Isso nunca foi a tônica do Evangelho de Jesus.
Tenho que concordar com uma frase da música:
“O agir de Deus é lindo na vida de quem é Fiel”
Mas não se esqueça que tua vitória sempre terá sabor de Fel, para a Glória de Cristo Jesus.