igreja perseguida
Turquia deporta esposa de pastor em série de expulsões
Mãe de três filhos foi informada de que deveria deixar o país.
Joy Anna Crow Subasigüller, originária da Flórida (EUA), e seu marido turco Lütfü se casaram há sete anos. Eles se estabeleceram e fundaram uma família na Turquia. Lütfü Subasigüller trabalha como pastor protestante em Ancara; Joy cuida dos três filhos do casal que nasceram na Turquia.
A vida pacífica deles como família mudou em 5 de junho, quando Joy foi instruída pelo departamento de migração turco a se preparar para a deportação, aparentemente sem motivo. “Essa decisão me deixa muito triste – eu amo a Turquia e o povo turco”, disse ela à Deutsche Welle (DW). “Eu moro aqui há dez anos, foram os melhores anos da minha vida”, continuou.
Para o casal, é impossível ver como Joy poderia representar uma ameaça à segurança do estado da Turquia, o que parece ser o motivo de sua deportação. Ela é dona de casa e tem três filhos, sendo o mais novo um bebê que ainda precisa de amamentação. Além disso, tanto o marido quanto os filhos são turcos, o que daria a Joy a cidadania turca e o direito de permanecer no país.
O casal está contestando a decisão no tribunal, na esperança de descobrir o verdadeiro motivo para proibi-los de ficar na Turquia.
É provável que o trabalho da igreja de Subasigüller seja o real problema, que o governo turco não admite. Joy está entre os mais de 50 trabalhadores cristãos protestantes expatriados que tiveram seus vistos de residência ou permissão de reentrada negados nos últimos 18 meses.
Em setembro do ano passado, Hans-Jurgen Louven, 58 anos, soube que a renovação de sua permissão de residência de longo prazo havia sido negada e que ele deveria deixar o país dentro de dez dias. Como sua esposa estava na Áustria na época, ele teve que abandonar a filha deles, que estava no último ano da universidade. A família, originária da Alemanha, vive na Turquia há mais de 20 anos, trabalha na indústria do turismo e planejava ficar lá permanentemente.
Pressão sistemática
Houve um pequeno intervalo devido ao surto do coronavírus, mas as expulsões começaram novamente, disse Timur Topuz, presidente da Fundação da Igreja Protestante de Istambul, em entrevista ao site de notícias turco Bianet.
Em 24 de junho, o pastor americano Zach Balon estava embarcando no aeroporto de Istambul com sua família quando lhe disseram que não seria permitido retornar à Turquia. Balon decidiu não viajar e recorrer da decisão.
“Estamos diante de uma pressão sistemática contra igrejas protestantes”, disse Topuz.
Segundo a lei turca, a comunidade cristã – assim como outras comunidades religiosas – não tem permissão para treinar seus próprios líderes religiosos dentro do sistema educacional e conta com estágios e pastores de outros países para servir suas igrejas. “Ao exigir que os pastores de várias igrejas tenham uma permissão de entrada preliminar, vemos que há uma tentativa de privar as igrejas de pastores”, disse ele.
Cerca de 170 pequenas e grandes igrejas fazem parte da comunidade protestante turca, com a maioria localizada em Istambul, Ancara e Izmir.
A Turquia ocupa o 34º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2020, que classifica os 50 países que mais perseguem cristãos no mundo.
Ore pelos cristãos perseguidos deste país.