igreja
Ucrânia aprova lei que proíbe igrejas ligadas à Rússia
O foco principal da lei é a Igreja Ortodoxa Ucraniana.
O parlamento ucraniano aprovou recentemente uma lei que permite a proibição de igrejas com ligações à Rússia, em um movimento que visa restringir a influência de organizações religiosas que possam ter conexões com Moscou. Essa legislação, que ainda precisa ser assinada pelo presidente Volodymyr Zelensky para entrar em vigor, dá às autoridades judiciais ucranianas mais poder para agir contra essas organizações.
O foco principal da lei é a Igreja Ortodoxa Ucraniana (IOU), que, apesar de estar sediada na Ucrânia, mantém vínculos históricos e canônicos com o Patriarcado de Moscou, liderado pelo Patriarca Kirill, um fervoroso apoiador da guerra da Rússia contra a Ucrânia. A nova lei estabelece que o Serviço Estatal da Ucrânia para Política Étnica e Liberdade de Consciência será responsável por determinar essas conexões. Caso uma organização religiosa seja identificada como tendo laços com a Rússia, ela terá 90 dias para romper esses laços ou enfrentar a proibição.
Apesar das tentativas da Igreja Ortodoxa Ucraniana de se distanciar da retórica pró-guerra do Patriarca Kirill, ela tem lutado para romper completamente seus vínculos com a Rússia. A igreja tem emitido declarações condenando as ações da Igreja Ortodoxa Russa e o apoio à invasão, mas isso não foi suficiente para romper totalmente os laços.
A aprovação desta lei ocorre em um contexto em que algumas paróquias ucranianas já se separaram da IOU e se uniram à Igreja Ortodoxa da Ucrânia, uma denominação ortodoxa rival que é reconhecida por várias igrejas ortodoxas ao redor do mundo como a igreja nacional da Ucrânia.
A legislação destaca as dificuldades enfrentadas pela Igreja Ortodoxa Ucraniana em se distanciar completamente da influência russa devido às profundas ligações teológicas e históricas com o Patriarcado de Moscou, que são difíceis de romper dentro da tradição ortodoxa.